Socialite.activate (elemento, 'Widget');

domingo, 2 de junho de 2013

A barbárie contra os indígenas brasileiros continua

                        
                        índio terna morto
Não deveria  precisar  de lei  para que se respeitassem os direitos dos povos indígenas no Brasil (ou em qualquer outra parte do planeta), mas existe: desde a Constituição de 1934, está posto que é dever do Estado proteger os povos indígenas do país – incluindo-se o seu direito ao território. No entanto, afora discursos e cenas emergenciais que ocorrem ante as câmeras da imprensa, quando uma tragédia como a ocorrida antes de ontem com o índio terena, que defendia as terras da comunidade contra invasão de fazendeiros – tais direitos não recebem atenção efetiva no país.


As terras da fazenda Buriti, em Sidrolândia (67 km de Campo Grande , no Mato Grosso do Sul) já haviam sido declaradas oficialmente de propriedade indígena desde 2010, mas o estado não foi capaz (?!) de impedir que fazendeiros passassem anos invadindo o lugar e ameaçando os índios de morte. Deixou que mais um demonstrativo da barbárie que segue a postura do poder contra os indígenas brasileiros fosse explícita na morte de mais um membro desses povos.
Neste momento, não há que se investigar somente quem puxou o gatilho que matou indígena Oziel Gabriel, de 35 anos. É preciso investigar por que a Justiça do mesmo Estado que dera a posse das terras aos índios em 2010, entregou-as aos fazendeiros em 2012. Está posto, portanto, nesse cenário, que a Justiça brasileira também é culpada pela morte do índio terena.
Para não haver dúvidas de que há algo de duvidoso nas relações entre fazendeiros e Justiça, basta observar que , mesmo sendo feriado, o que denota falta de acesso de qualquer cidadão(leia-se, aqui, indígena) a vias de Justiça, foram enviados ao local policiais federais e militares para a retirada imediata dos índios daquelas terras.
Correr à imprensa e dizer que “será investigada a ação policial, de onde partiu o tiro letal” é absoluta hipocrisia de quem sabe exatamente, nos bastidores, de quem partiu a ordem para “matar se preciso fosse”.  ’
“É apenas um índio” – certamente deve atenuar a mente doentia dos bárbaros homicidas.
Pior: Um terena morto e 13 feridos  não parece ser um número suficientemente comovente para a sociedade brasileira. Não se tem visto o levantar de bandeiras nas redes sociais, não se declarou luto oficial no país, não há revoltados no Congresso Nacional, não há, no governo federal, quem dê demonstrativos de indignação por ver o seu país ferindo princípios básicos de humanidade.
Por quê?!   “São apenas índios!”  E são mais de cinco séculos pensando-se assim, no Brasil.
E é com essa mentalidade de bárbaros que os políticos brasileiros querem assumir, via Emeda constitucional, o direito de demarcar terras indígenas no Brasil.
São rumores de proféticos  genocídios indígenas que poderão acontecer neste país da hipocrisia.
Por Vera Medeiros
Blog: O povo com a Notícia