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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Água distribuída por carros-pipa em Alagoas pode ter matado 37 pessoas

COMISSAO-DE-SEGURIDADE-CAMA
A distribuição de água sem tratamento por carros-pipa no interior de Alagoas pode ser a causa de doenças diarreicas agudas que causaram a morte de 37 pessoas no período entre 19 de maio e 30 de junho último, de acordo com informação do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. O fato foi revelado nesta quinta-feira (4) em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados que discutiu a operação, a cargo do Exército, de distribuição de água a 810 municípios nordestinos em estado de calamidade pública devido à seca, por meio de caminhões-pipa.

Segundo nota técnica do departamento do Ministério da Saúde apresentada durante a audiência pública, informações da Secretaria de Saúde de Alagoas dão conta de que “os carros-pipa estão captando água bruta e não estão realizando nenhum tipo de tratamento, antes de disponibilizá-la para a população, o que causa alto risco à saúde”.
De acordo com o documento, análises da água para consumo humano distribuída em Alagoas evidenciaram a presença de diversos tipos de micro-organismos causadores de doença, como Escherichia coli, Shiguella, Salmonella, Salmonella typhi, Vibrio cholerae, rotavírus, protozoários e cianobactérias.
Informações fornecidas pelo Comitê de Combate à Seca de Alagoas – acrescenta a nota técnica – revelam que os carros-pipa estão abastecendo 2.234 localidades afastadas e 77 municípios, o que representa 75% do total dos municípios de Alagoas. Os técnicos informam que foram pesquisados os 39 óbitos registrados nesses locais, no período, confirmando que, “tendo em vista o cenário relatado”, 37 foram motivados por diarreia. Entre os mortos, 52% estavam acima de 60 anos e 38% tinham menos de 1 ano de idade.
Do total de 50 municípios alagoanos reconhecidos pelo governo federal em situação de emergência ou calamidade pública, 13 apresentaram pelo menos um óbito por diarreia. A pior situação é no município de Palmeira dos Índios, com 7.280 atendimentos de diarreia e dez óbitos. A situação foi classificada como “alarmante” pela representante do Ministério da Saúde, Mariely Daniela, porque o problema vem ocorrendo não apenas em Alagoas, mas em outros estados nordestinos que enfrentam a seca com o uso de carros-pipa. Ela ressaltou que é preciso clorar a água para ser consumida pela população, pois as análises de laboratório demonstram até mesmo a contaminação por fezes.
Blog: O Povo com a Notícia
Fonte: Agência Brasil