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domingo, 14 de julho de 2013

O frivolité de Orobó faz sucesso na Passarela Feneart

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Vestidos, saias, blusas e até acessórios de cabelo confeccionados em frivolité – renda que utiliza técnica francesa -, atraíram as atenções e conquistaram aplausos do público que prestigiou o desfile da Associação Comunitária das Artesãs de Orobó, na quinta-feira (11), na 14ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato – Feneart.  O evento aconteceu no mezanino do pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda.
Foram apresentadas 15 produções, que mesclaram tons de branco, vermelho, verde, amarelo e preto. Algumas peças receberam aplicações e outras foram bordadas por inteiro com o frivolité. De acordo com Josefa Pedrosa de Oliveira, 47 anos, da Associação das Artesãs de Orobó, foram três longos meses desenvolvendo os itens que circularam na passarela Feneart deste ano.
“A gente passou esse tempo pensando nos modelos. Recebemos a ajuda de uma design e começamos a confeccionar todas as roupas”, explicou Zefinha, como é conhecida, destacando que a roupa mais demorada levou seis meses para ficar pronta e necessitou do trabalho conjunto de duas artesãs. “O frivolité é feito com paciência, dando nós com uma navette. Se errar tem que cortar a linha e começar de novo”, disse.
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Zefinha lembra que foi a partir do incentivo da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária – SARA, por meio do Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural – PRORUAL, em 2009, que a atividade da Associação ganhou visibilidade. “Com o apoio do Prorural, ganhamos uma marca, chamada ‘Nós e Picôs’ e participamos de uma capacitação de moda e modelagem. Depois disso aprendemos a fazer roupas mais bonitas”, contou.

Para o Secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo Santos, o artesanato reflete as características de cada localidade. “Percebemos que o artesanato é exercido em circunstâncias e interesses diversos. Mas todo o trabalho do artesão possibilita a produção sustentável, já que utiliza matérias do campo, e isso precisa ser cada vez mais estimulado, porque gera alternativas de renda para as comunidades rurais”, observou o secretário.
Segundo a artesã, antes do auxílio do governo Estadual, integravam a Associação apenas 23 mulheres, que tinham o frivolité como um passa tempo. Atualmente, esse número cresceu para 70 e o que era um hobby, virou a principal fonte de renda. “hoje inverteu, a gente que é agricultora nunca deixa de criar um bichinho ou plantar alguma coisa, mas o frivolité virou nossa principal ocupação”, revelou.
Orobó é o único município de Pernambuco que preservou a tradição dos bordados em frivolité. A rendeira, Rosa Antônia Pereira de 76 anos, mãe de Zefinha, aprendeu a arte com freiras francesas que lecionavam na cidade de Surubim. Ela repassou a técnica para as filhas, netas e amigas, que também fazem parte da Associação Comunitária das Artesãs de Orobó.
Monique Cabral
Blog: O Povo com a Notícia
Fonte: Blog do Jornal Folha do São Francisco