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domingo, 18 de agosto de 2013

Até 2030, depressão terá mais casos do que câncer e AIDS. Mulheres são mais atingidas

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Nem a aids, nem o câncer serão as doenças que mais atingirão a população até 2030. A grande vilã da saúde no mundo, nos próximos 17 anos, será a depressão. O prognostico é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que já estima mais de 700 milhões de pessoas vítimas do mal atualmente. O número representa um terço do total de casos de doenças não transmissíveis. A doença e os desafios de controle e tratamento será um dos temas da XXX Jornada Pernambucana de Psiquiatria, XVI Jornada Nordestina de Psiquiatria e IV Simpósio Brasileiro de Saúde Mental da Mulher, que começa hoje e segue domingo, reunindo os maiores especialistas em saúde mental do Brasil, em Porto de Galinhas, Ipojuca.
“A sociedade, do modo que se organiza hoje em dia, se predispõe para o adoecimento”, alertou o presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, Marco Antônio Souza Leão. Segundo ele, o mal é desencadeado por multifatores, como aspectos biológicos, hereditários e sociais, mas o estresse vem sendo apontado como um dos estopins para o sinal vermelho da depressão. “Nem todo o estresse provoca depressão. Depende da predisposição individual”, explicou. A professora e psiquiatra Ângela Scippa comentou que apesar da maior divulgação na atualidade, muitos pacientes ainda resistem em procurar um atendimento psiquiátrico por preconceito, ou estigma. “Muitos ainda não são diagnosticados adequadamente, e consequentemente não têm tratamento específico para o problema”, disse sobre a subnotificação dos casos.

Para quem já teve a depressão diagnosticada, a convivência com o problema é de enfrentamento. É assim que se sente a professora Mariana Capiberibe, 37 anos. “Sinto que ela (depressão) é uma sombra que vai me acompanhar pela vida inteira. Agora sei me dar melhor com ela e enfrentá-la”, contou. A professora teve sua primeira crise com 19 anos e desde então faz terapia e tratamento com remédios. Em um dos piores momentos da doença chegou a abandonar o emprego. “Eu trabalhava, estudava, tinha amigos, família, namorado. As pessoas não se perguntavam por que eu tinha depressão”, relembrou. A resposta não foi tão difícil: herança genética. A mãe sofria também de doença psiquiátrica.
O presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, Marco Antônio Souza Leão, acredita que um dos maiores desafios para o acompanhamento da doença é a participação dos médicos da atenção básica no diagnóstico precoce. “A depressão não aparece somente como tristeza. Muitas vezes está relacionada a dores, às vezes é confundida com uma virose”, alertou, explicando que a condição emocional leva a transtornos também na condição clínica. Souza Leão informou, ainda, que faltam médicos psiquiatras no Estado para o acompanhamento dos pacientes. São apenas 130 sócios regulares na Sociedade.
Na rede pública do Recife, foram feitos investimentos na atenção a pacientes que precisam de acompanhamento psicossocial. A reestruturação da área de Saúde Mental do município contempla a contratação de 78 profissionais, entre psiquiatras, médicos clínicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. A Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico ajuda doentes. As informações são da Folha de Pernambuco.
Blog: O Povo com a Notícia