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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Eduardo assopra mas bate no governo Dilma ao afirmar que o Nordeste é discriminado

dilma Roberto Stuckert Filho Presidência da República
Eduardo Campos tentou, pelo menos nas declarações, desfazer o clima de tensão em relação à presidente Dilma Rousseff, que visitou Suape nesta terça (17). Sem tirar a vestimenta de pré-candidato ao Planalto, tratou de agradecer o empenho da presidente em trabalhar pelo país, mas não deixou de enaltecer a sua equipe e ao seu governo em Pernambuco.
Reclamou também de tratamento desigual dado ao Nordeste, que sempre precisa de esforçar em dobro para ser atendido pela União e tratou de tirar o discurso de paternidade de obras do PT e do governo federal. “As obras precisam chegar, serem executadas com recursos públicos. O dinheiro não é do país, dos estados ou dos municípios, mas da população”.
De quebra, ainda salientou a defesa da “nova política” que tanto vem propagando pelo país. Disse que é preciso olhar para frente. Reconhecendo feitos do passado, aprendendo com experiências, mas seguindo adiante.
Enfim, Eduardo deu as boas-vindas, fez o papel de anfitrião educado, mas não deixou de frisar que o que se vê de melhorias (mesmo investimentos privados) no estado teve a marca da sua gestão. Também fez questão de criticar de modo não tão direto a gestão da petista, como tem feito em agendas de pré-candidato, mas não perdeu a chance de alfinetar.
Assoprou, mas bateu. Pode não ter sido incisivo, mas foi claro o suficiente para marcar terreno e reforçar o discurso de oposição à Dilma. Principalmente na ênfase do histórico descompasso que o Nordeste enfrenta em relação a outras regiões do país e da desconstrução da tese de que as obras são de A ou de B.

O governador iniciou a fala afirmando que muitos poderiam pensar que o clima seria de animosidade. Isso porque estavam ali frente a frente dois eventuais candidatos ao Palácio do Planalto que podem disputar legítima e democraticamente a Presidência da República em 2014. No entanto, afirmou que o encontro seria marcado pelas boas relações que sempre manteve com a presidente.
Destacando que aquele deveria ser o última vez que ele recebi Dilma como governador de Pernambuco, reforçou que ter respeito pela presidente, mas tratou de lembrar e agradecer ao ex-presidente Lula por tudo o que fez por Pernambuco. Citou o empenho da presidente em trabalhar pelo país e recuperar a indústria naval, trazendo para Pernambuco dois dos três novos estaleiros criados no país.
Mas os salamaleques pararam por aí. Ele tratou de valorizar a atuação do seu governo na conquista de empreendimentos. Parabenizando sua equipe, disse que “não há vento bom para quem não sabe onde ir”. Com isso, enfraquece a tese de que o governo federal é o “pai” de tudo o que é feito e reforça a ideia de que o desenvolvimento no estado decorre do êxito do seu governo que teria feito o dever de casa.
Dali em diante discursou como pré-candidato e voltou a defender mais investimentos e igualdade de tratamento dos governos federais para Nordeste. Disse que mesmo com avanços a região, que tem, 28% da população do Brasil só tem 13,5% das riquezas. “Para nós (nordestinos) as portas estão sempre fechadas. É preciso sempre fazer mais. Temos que trabalhar mais do que os outros e ser melhor que os outros”, disse.
Ao falar das parcerias, disse que elas são feitas com recursos do povo brasileiro. “A nova política nos obriga a olhar pra frente. Os recursos são públicos, não da União, dos estados ou dos municípios. Os serviços devem ser feitos, pelos melhores preços e melhorar a vidas das pessoas”.
Na despedida, agradeceu a Dilma, à presidente da Petrobrás, Graça Foster e lembrou que onde e hoje a refinaria era um canavial até outro dia. Dirigindo-se aos operários, desejou boas festas e que eles continuassem desejando sempre um país melhor em 2014. Para quem anda discursando que é preciso fazer mais e melhor para o país, o teor foi de pré-palanque. (Josué Nogueira/DP, foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Blog: O Povo com a Notícia