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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Cientista político vê "coerência" na piora da Dilma

O cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, disse nesta segunda-feira (07) que a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) não é surpresa, mas uma reação consistente e coerente.

'Tivemos uma grande reversão de expectativas. O governo Dilma Rousseff foi de menor desenvolvimento e avanço da inflação. Claro, portanto, que a popularidade vai cair. A queda da popularidade da presidente não foi provocada pela CPI da Petrobras, não foram todas as 'barbeiragens' dos últimos trinta dias. É um processo consistente de piora de expectativa para o Brasil. Já estava na consciência de setores e vai se expandindo', declarou ele, em sua apresentação na 2ª Conferência do Agronegócio, promovida pelo Espírito Santo Investment Bank, em São Paulo.

De acordo com o analista, as reações em relação à imagem da presidente são consequências de problemas ideológicos e culturais e também de problemas estruturais da política nacional. Ele citou, por exemplo, a falta de lideranças e da não-renovação da máquina política. 

Na mais recente pesquisa sobre as eleições presidenciais, divulgada pelo Datafolha no último sábado, a presidente perdeu 6 pontos porcentuais e aparece com 38% das intenções de voto. O cenário com os partidos nanicos mostra, ainda, Aécio Neves (PSDB) com 16% e Eduardo Campos (PSB) com 10%.

Melo também comentou que se houver um segundo turno nas eleições presidenciais deste ano, será 'um grande problema' para a presidente, sobretudo se houver uma consolidação de um bloco antigovernista. 'O primeiro turno já será muito disputado. Se Dilma ganhar no primeiro turno vai ser por diferença mínima. Já com segundo turno, as eleições serão mais dramáticas, emocionantes de se observar. O jogo vai ser mais pesado', ressaltou.

O professor projetou cenários para 2015, considerando a eleição de cada um dos presidenciáveis. Com Dilma, segundo ele, os ajustes políticos e econômicos serão moderados e não serão tão simples. 'Piora num primeiro momento, para depois melhorar. Não é verdade que Lula é tutor de Dilma. Ela tem se mostrado zelosa de seu poder. E os ajustes serão moderados, porque terá poucos instrumentos para pressionar o Congresso Nacional. Pode haver mudança, mas não será tão simples', disse.

Com Aécio, Melo explicou que a alternância por si já melhora o presidencialismo de coalizão. 'Há chances de que o primeiro ano de Aécio seja de 'lua de mel'. E ele tem melhores condições de dar encaminhamentos aos ajustes', declarou. 

Já com Eduardo, conforme o especialista, pode haver uma conciliação maior. 'Vamos ver se Eduardo Campos é o político pragmático e aglutinador que ele está apregoando nas campanhas. O teste será durante o processo eleitoral', destacou. 'Aécio e Campos devem crescer em cima do desgaste do governo. Entretanto, pesquisas são uma fotografia. Para olhar a política é necessário olhar para o filme inteiro', completou. (Estadão)

Blog: O Povo com a Notícia