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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Era a nossa vez!

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Por Fernando Coelho Filho, especial para o Blog de Jamildo
Artigo do Deputado Fernando Filho para o Blog de Jamildo
Vinha evitando escrever esse texto na esperança que ele fosse aparecer de algum lugar, me abraçar e dizer: “Fernandinhoooo, firme?”
Como isso teima em não acontecer, tenho que relatar pra vocês o privilégio que a vida me deu de ter conhecido e convivido com Eduardo Campos, ou só Eduardo.
Em 1998 quando eu era apenas um curioso da política me lembro muito bem de uma grande festa na casa de Dona Renata após a convenção de Dr. Arraes no centro de convenções onde embalados pela música de Sérgio Sampaio, eu quero é botar meu bloco na rua. Os adultos bebiam e se confraternizavam e eu não entendia bem o porque, pois naquele ano, a vitória era pouco provável. Eu tinha apenas 14 anos e a vida pública pra mim ainda era algo muito distante.
Em 2005 o então Ministro da Ciência e Tecnologia foi a Petrolina em julho para um grande ato de filiação ao PSB, entre tantas, estava a minha. Filiação essa que só se confirmou dias depois na Assembleia Legislativa de Pernambuco, quando do ultimo discurso de Dr. Arraes.
Até esse momento, o relacionamento com Eduardo e a família Arraes era algo que eu tinha herdado desde o meu bisavô Fernando Bezerra, passando pelo meu avô Paulo Coelho e meu pai Fernando. Em 2005 tudo mudou. Comecei a rodar e a conhecer o meu estado e a conhecer Eduardo. Acho que ficamos muito próximos porque naquela época éramos muito poucos que acreditávamos que daria tudo certo. Quantas viagens, em carro emprestado, em van quando dava tempo dela chegar, avião, era um luxo que nem sempre a campanha podia bancar, afinal Eduardo era um “doido”, era comum ouvir: “jogou fora um mandato de Deputado Federal para entrar em uma aventura dessa”.
E não é que deu certo!!!!
Eduardo superou todas as nossas expectativas, nem o mais apaixonado de nós, poderia imaginar que Eduardo fizesse tanto.
Esse ano seria parecido, largou o conforto de um mandato para o Senado, para correr atrás dos seus sonhos, nossos sonhos. E tenho pra mim que ia dar certo de novo.
Conheci poucas pessoas com a intensidade de Eduardo. Ele era intenso em tudo que fazia. Poucas pessoas tinham a determinação e a aplicação do meu amigo. Um exemplo de bom humor e otimismo.
Poderia aqui escrever vários relatos de causos, viagens, conversas, conselhos que tive com ele, mas isso eu vou guardar só pra mim. Escrevo esse texto no avião em direção a São Paulo para ficar mais próximo e me sentir menos impotente diante tamanha injustiça que o destino fez, não com ele, mas com o Brasil.
Todos nós perdemos. Os familiares, os amigos, os aliados, os adversários, a política, meu Pernambuco e o Brasil.
E eu, particularmente, perdi meu irmão mais velho.
Vá em paz.
Blog: O Povo com a Notícia