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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Menopausa faz mulher roncar que nem homem

Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), na capital paulista, cerca de 32% das mulheres roncam durante o sono. E, embora os homens ainda dominem esse problema - a cada quatro homens que roncam, uma mulher tem o problema -, quando chega a menopausa o índice se equipara, segundo a Associação Brasileira do Sono. Foi durante a menopausa que a dona de casa, Maria de Fátima, descobriu que o ronco, problema que tanto a fez brigar com seu marido, agora fazia parte da sua vida. “Eu sempre reclamei que meu marido roncava. Achava péssimo e atrapalhava demais o meu sono. Por isso que quando ele começou a dizer que eu roncava, não acreditei. Achei que ele estava tirando uma com a minha cara. Imagina, eu roncar? Eu sou mulher”, diz a dona de casa. Mas era verdade. Maria de Fátima estava sofrendo todas as alterações hormonais típicas dessa fase. “Até a menopausa, o hormônio sexual feminino protege a via aérea, para evitar ronco e apneia durante períodos gestacionais. Com o fim do ciclo reprodutivo, o organismo diminui a disponibilidade hormonal e, assim como os homens, as vias aéreas não ficam mais sob proteção, aumentando a chances de ronco”, diz Alessandro Silva, cirurgião buco-maxilo-facial da clínica Interclin. E Maria de Fátima acabou tendo certeza do problema da forma mais desagradável possível. “Meses depois, quando fomos fazer uma viagem com nossas filhas, acabamos tendo que dividir o quarto na casa de um parente e aí a reclamação foi geral. Acabou que minha filha mais velha foi dormir na sala e eu passei muita vergonha. A partir daí decidi procurar ajuda”, diz a dona de casa. O tratamento foi de exercícios fonoaudiológicos e mudança de hábitos. “Durmo mais cedo, tive que emagrecer um pouco fazendo caminhadas e cortei a cafezinho noturno que amava tomar. Agora meu marido diz que tenho roncado bem menos e baixinho e que muitas vezes ele nem escuta”, diz orgulhosa. 

Mudança na rotina: Já a professora Luciele Freitas foi vítima de sua rotina pesada e estressante. A jovem de 28 anos ficou chocada quando sua mãe, que dorme no quarto ao lado, veio dizer que estava dando para ouvir o ronco dela. “Nunca vi mulher roncar. Com a minha idade e a essa altura então. Fiquei assustada e fui logo procurar um médico”, diz. Luciele acorda todo dia às 5h para trabalhar, mal tem tempo de almoçar e à noite tem que ir para a faculdade. Aos finais de semana, ajuda a irmã no salão de cabeleireiro da família. “Eu chego em casa todo dia umas 23h30 e vou jantar. Tem dias que ainda estudo um pouco. Durmo em média 5 horas por noite”, diz a professora. Segundo Marcelo Quintela, professor titular de Ortodontia da Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES), atualmente, as mulheres incorporaram hábitos contemporâneos que em outras gerações eram somente ou mais ocorrentes em homens. "Trabalhos externos exaustivos, estresse e ansiedade levam à ingestão de alimentos mais calóricos, refeições pesadas antes de dormir - pelo fato de trabalhar em dois ou três ciclos -, menos tempo para descanso e para alimentação adequada. Por isso, passaram a roncar tanto quanto eles”, diz.
Luciele também foi forçada a mudar seus hábitos com urgência. Para começar, entrou em uma dieta mais saudável e mudou o horário de suas refeições. “Jantar à meia-noite quando chego em casa nunca mais”, brinca. Como não podia parar de trabalhar, contou com a compreensão da irmã e agora só trabalha no salão dois finais de semana por mês. “Agora descanso mais nos meus dias livres e procuro fazer exercícios que me deixam mais zen e me ensinam a controlar o estresse. Estou apaixonada pelo ioga”, diz Luciele que afirma, ainda, que já faz um tempo que a mãe não reclama do seu ronco. 
Tratamento no dentista
Quando o quadro aponta apenas o ronco, sem apneias  graves, a melhor indicação
são os aparelhos intraorais para uso noturno, desenvolvidos por ortodontistas especializados. Esses dispositivos 'empurram' a mandíbula um pouco para frente e, assim, ampliam o espaço para a passagem do ar. "As mulheres preferem esse dispositivo porque são mais discretos e em nossa experiência clínica se sentem entusiasmadas e seguras com essa opção de tratamento", diz Quintela.

Blog: O Povo com a Notícia