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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Vitrines de Dilma, obras do NE atrasam e acumulam aumentos de R$ 47 bilhões

A região Nordeste, que deu mais de 70% dos votos válidos para a releição presidente Dilma Rousseff (PT), espera há anos a conclusão das principais obras prometidas à região. A transposição do rio São Francisco, a refinaria Abreu e Lima e a ferrovia Transnordestina estão em andamento, mas têm cronograma atrasado e o preço inicial já foi aumentado R$ 47 bilhões.

Durante a campanha pela reeleição, Dilma intensificou suas viagens ao Nordeste. Uma visita de Dilma ao São Francisco inclusive foi gravada e usada na propaganda eleitoral. As imagens da obra da transposição apareceram no primeiro dia do horário eleitoral gratuito.

A obra-símbolo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na região é a transposição do rio São Francisco, que já contabiliza mais de dois anos de atraso.

O projeto de "Integração do Rio São Francisco", como é chamada oficialmente a transposição, é a maior obra de infraestrutura hídrica do país, com 477 km de canais que devem abastecer 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

A previsão inicial de entrega era 2012, mas agora a inauguração só deve ocorrer no próximo ano, com elevação de 80% no valor inicial: de R$ 4,8 bilhões para R$ 8,2 bilhões. Para acelerar a obra, há canteiros com turnos de trabalho nas 24 horas do dia.

Outro caso emblemático de atraso é a ferrovia Transnordestina, que, na verdade, é uma concessão a um empreendimento privado, mas que está incluso no PAC. A ferrovia era para ter sido entregue pronta há quatro anos, interligando os portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco --cortando, assim, o sertão nordestino.

Entre todas elevações de custo, nenhuma é maior que a refinaria Abreu e Lima. Com custo inicial previsto de US$ 2,5 bilhões, a obra só deve ser concluída em maio 2015, com um custo estimado de US$ 18,5 bilhões. Com denúncias de corrupção que envolveram a Petrobras, a obra se transformou numa das maiores dores de cabeça do governo.

A refinaria entrou no plano de negócios da Petrobras em 2007, com o início das obras apenas dois anos depois. Durante quatro anos, a Petrobras negociou uma participação de 40% na refinaria com a estatal venezuelana PDVSA (por isso os valores estimados em dólares), mas o acordo foi descartado em 2013 --quando a estatal percebeu que jamais seria cumprida a promessa de investimentos feitos pelo então presidente Hugo Chávez, morto em março do ano passado. (UOL)

Blog: O Povo com a Notícia