O ministro da Educação, Cid
Gomes, não comparecerá ao plenário da Câmara, nesta quarta-feira (11), para
explicar declaração em que se referiu a deputados como "achacadores".
De acordo com o MEC, em comunicado enviado ao presidente da Casa, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), Gomes está internado desde essa terça-feira (10) no Hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo. O motivo da internação, porém, não foi informado.
De acordo com a
assessoria de imprensa do MEC, as temperaturas negativas que enfrentou em
viagem aos Estados Unidos, onde participou de evento da Universidade Yale no
fim de semana, teriam feito com queo ministro já chegasse doente ao Brasil. A
assessoria também informou que, por conta do estado de saúde, Cid já havia
cancelado participação em evento em Santo André, em São Paulo, na última segunda (09).
A decisão de interná-lo teria partido dos médicos, que agora conduzem uma
bateria de exames.
A convocação do
ministro foi aprovada na semana passada, atendendo ao pedido do deputado
Mendonça Filho (PE), líder do DEM. Para ele, Gomes precisa se explicar já que
ofendeu aos parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de
que forma isso aconteceu e em que circunstâncias", frisou.
O caso ocorreu
durante visita à Universidade Federal do Pará, no final de fevereiro. O
ministro teria dado a seguinte declaração: “Tem lá uns 400 deputados, 300
deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo
esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem
mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.
Diante das
sucessivas derrotas que o governo tem sofrido no Congresso, o Palácio do Planalto tentou adiar a sessão, destacando,
inclusive, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante para convencer
Cunha de mudar a data da comissão geral que ouviria Gomes.
Embora o motivo
da internação não tenha sido explicado, Mendonça não acredita que essa tenha
sido uma manobra para postergar o comparecimento à Câmara. "Ele está
doente e eu não acredito que um ministro de Estado recorreria a uma mentira
para não vir à Câmara.
Não acredito que o governo, o ministro, o hospital e os
médicos seriam coniventes com uma mentira", ressaltou o parlamentar, que
disse também que a ida de Gomes ao plenário será remarcada, sem data ainda
prevista.
O último ministro
convocado para falar no plenário da Câmara foi Antônio Cabrera, titular da
pasta da Agricultura em 1991. Ele falou sobre os efeitos do Plano Collor 2 no
setor rural.
Blog: O Povo com a Notícia