Dois dias após as manifestações em defesa da Petrobras e da presidente
Dilma Rousseff, protestos contra a mandatária e a
corrupção na estatal estão marcados para este domingo (15) em mais de 150
cidades do país e no exterior.
Entre
as motivações dos manifestantes para os protestos estão a insatisfação com o
governo federal, o pedido de impeachment da presidente e até mesmo uma
intervenção militar, pleito que gera divergências dentro do movimento antipetista.
Dilma
iniciou o segundo mandato pressionada pela queda na popularidade e por novas revelações das
investigações da Operação Lava Jato sobre
corrupção na Petrobras.
O "panelaço" ocorrido em pelo menos 12 capitais contra o pronunciamento em rede nacional da presidente, no último domingo (08),
colocou o tema impeachment da presidente no centro do debate político nacional.
Nesta última sexta-feira (13), o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) protocolou um pedido de impedimentoda
petista na Câmara dos Deputados.
Organizadas
por diversos grupos --Vem Pra Rua, Revoltados On Line e Movimento Brasil Livre
são os principais-- e divulgadas tanto por redes sociais como por mensagens
instantâneas, as manifestações devem ocorrer em 25 capitais. Apenas em Rio
Branco (AC)
e Boa Vista (RR) não há atos agendados.
O
Estado com o maior número de protestos programados é São Paulo, com eventos marcados em mais de 55
municípios. Na capital, a manifestação vai acontecer na avenida Paulista, com
concentração no Masp (Museu de Arte de São Paulo), a partir das 14h. O evento recebeu
mais de 110 mil confirmações de presença no Facebook e promete ser o maior do
país.
Os
protestos devem se concentrar nas regiões Sul e Sudeste, onde estão programados
mais de dois terços dos atos. Depois de São Paulo, Rio Grande do Sul,
com manifestações marcadas para 19 cidades, Paraná (18),
e Santa
Catarina(15) são os Estados com mais protestos
agendados.
No Rio de Janeiro, os manifestantes vão se reunir a
partir das 9h30 no posto 5 da praia de Copacabana, na zona sul da capital
fluminense. Mais de 43 mil usuários do Facebook confirmaram presença no ato. Na
última quarta-feira (11), no entanto, um protesto que contava com mais de seis
mil participantes confirmados na rede social,reuniu apenas 40 pessoas no centro da cidade.
Fora
do Brasil, foram convocadas manifestações para Buenos Aires, na Argentina;
Sidney, na Austrália; Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia; Toronto, no Canadá;
Vara Del Rey, na Espanha; Miami e San Franciso, nos Estados Unidos; Londres, na
Inglaterra; Lima, no Peru; e Lisboa, em Portugal.
Apesar
de serem descritos como apartidários pelos organizadores, os atos são apoiados
publicamente por partidos de oposição ao governo federal. Na quarta-feira, o PSDB anunciou participação nas manifestações,
ainda que não se posicionando a favor do impeachment da presidente. O
Solidariedade também participará de protestos.
Alvo
dos atos, a presidente Dilma defendeu o direito dos
brasileiros de realizarem manifestações públicas contra o seu governo,
nesta quarta. "Sou de uma época em que as pessoas não podiam se
manifestar, pois eram chamadas de subversivas ou de coisa pior. Não tenho o
menor interesse com qualquer processo de restrição à manifestação neste país. A
livre manifestação é algo que o Brasil tem que defender", declarou a
petista.
De
acordo com a colunista Mônica Bergamo, do jornal "Folha de São
Paulo", Dilma convocou alguns de seus principais ministros para ficarem em
Brasília no fim de semana para um plantão de emergência de acompanhamento dos protestos. (UOL)
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