Quatro deputados federais
integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga
irregularidades da Petrobras fazem uma visita fiscalizadora à Refinaria Abreu e
Lima, no Complexo Industrial de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco, nesta segunda-feira
(18). O objetivo é observar o atual estágio da obra e buscar subsídios para
novas ouvidas da CPI, segundo os parlamentares.
A comitiva de
deputados é formada pelo 3º vice-presidente da CPI, Kaio Maniçoba (PHS-PE), o
sub-relator Altineu Côrtes (PR-RJ), além dos integrantes da comissão Fernando
Monteiro (PP-PE) e Delegado Waldir (PSDB-GO).
“Nós vamos ouvir os responsáveis
pela construção, tanto da área de abastecimento quanto de engenharia. Vamos ter
apresentação de quem está operando o projeto, o gerente-geral da Refinaria
[Valdisson Moreira]. Vamos poder tirar dúvidas do que foi feito, o que falta
fazer, que equipamentos foram comprados e não foram utilizados. A gente vai
poder ver de perto tudo aquilo que já tivemos acesso em documentos”, explica Côrtes.
A visita é
importante para que, ao se escutar as testemunhas durante o processo, se tenha
embasamento sobre as dimensões reais e andamento do projeto da refinaria. “Hoje
não vamos ter uma resposta concreta, mas vamos ter subsídios para fazer novas
perguntas sobre a refinaria. Aqui é para colher informações, provas para
questionar nessas oitivas”, acredita o deputado Fernando Monteiro.
Segundo informações
repassadas pelos deputados, na refinaria estão atualmente cerca de 500
funcionários da Petrobras e 600 terceirizados, além de 6 mil que trabalham na
construção das obras – com andamento estimado em cerca de 80%, segundo os
parlamentares.
“Viemos coletar provas, verificar como está o atual momento da
Refinaria Abreu e Lima, quanto mais vai ser gasto, estão aqui realmente os seis
mil trabalhadores?
Quais empresas estão aqui? Vamos fazer uma investigação para
dar embasamento para todo o grupo da CPI”, destaca Delegado Waldir.
Os problemas de
Abreu e Lima são semelhantes aos da Comperj, no Rio de Janeiro, acredita
Côrtes. “Os problemas são mais ou menos os mesmos, o cartel era mais ou menos o
mesmo. Nós vamos ouvir essa semana na CPI empresários, que até já assinaram
acordo de delação premiada, que participaram de fraudes aqui e no Comperj. Pelo
sobrevoo, eu diria até que as coisas estão funcionando melhor. As obras aqui
andaram até mais”, avalia o sub-relator.
A programação da
visita, além de um sobrevoo feito antes da coletiva de imprensa, inclui uma
visita à refinaria e uma reunião a portas fechadas, onde os deputados devem
fazer questionamentos e esclarecer duvidas sobre o processo da refinaria e sua
construção.
Em seu funcionamento
máximo, a refinaria vai poder processar 230 mil barris de petróleo por dia. De
acordo com a Petrobrás, a produção atual é de 74 mil barris por dia, entre
diesel, gasolina, GLP, óleo combustível e coque. A conclusão das obras deve ser
anunciada junto a divulgação do plano de negócios 2015-2019 da empresa. (G1 PE)
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