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sábado, 9 de maio de 2015

Pelo face, Rodrigo Novaes pede que manifestantes respeitem a vontade da maioria

Por Rodrigo Novaes, em seu face

Sobre todo esse debate em torno do terreno do cais José Estelita, tenho a opinião de que não se está mais discutindo somente a utilização daquela área e o empreendimento que está programado – o Novo Recife. Na verdade está em debate o modelo de cidade que queremos.

Essa questão passou a ter essa simbologia, foco da insatisfação de segmentos com o modelo histórico de desenvolvimento da capital.

Creio não haver dúvidas que todos querem viver em uma cidade melhor, mais verde, mais ventilada, com mais aparelhos públicos; também mais moderna. Pelo menos essa deveria ser a vontade de todos.

Mas qual o projeto ideal para aquele local? O diálogo não é livre, tão simples, porque existem três situações inafastáveis: 

1) a área foi adquirida legitimamente pela inciativa privada, tendo servido inclusive para pagamento de passivo da RFSA com funcionários; 

2) o poder público parece não ter condições financeiras de construir o projeto ideal; 

3) o recifense quer que aquela área seja logo ocupada para que deixe de ser um local de risco utilizado por marginais.

O movimento # ocupeestelita é sem sombra de dúvidas legítimo, não pode ser desqualificado, na medida que discute algo importante, uma causa coletiva.

Discordo de alguns dos seus métodos. Não posso concordar com pichações, ocupação em locais privados, nem falta de respeito ao prefeito da cidade. Quem defende democracia não pode faltar com respeito diante da contrariedade de suas ideias.

Prefiro acreditar que essas atitudes partem de pessoas infiltradas que não representam o espírito do movimento.

Aquela área estava esquecida, sempre foi, e ninguém olhava por aquilo, como ocorre com outras áreas do Recife que estão sem utilização e não recebem atenção dos movimentos nem da sociedade. O poder público foi devidamente consultado sobre o Cais, e não parece razoável que a iniciativa privada seja prejudicada. Digo isso porque sei que o município não tem condição, a curto prazo, de utilizar aquela área para outro fim, indenizando os investidores e construindo ali o que seria o projeto ideal defendido.

O Novo Recife vai gerar receita para o município, emprego, e sinceramente, não enxergo incompatibilidade do projeto com o local, que já foi alterado para atender justas reivindicações.

Mas fica evidente, que de acordo com o que defende o movimento # OcupeEstelita, todos os espigões da cidades deveriam ser derrubados. Discorda-se do plano diretor, da lei de ocupação do solo, e não somente do projeto para o Cais.

Sou favorável ao diálogo e a medidas equilibradas. Diante da conjuntura que vivemos, acho que o ideal é adequar o projeto existente, integrado-o ainda mais à cidade, se for o caso, e àquele local específico, mas imaginar uma alternativa nesse instante à construção do projeto Novo Recife me parece inviável.

Vamos promover a revisão do Plano Diretor, discuti-lo, e tentar – depois de tudo que já foi debatido – saber da sociedade sobre o modelo de cidade que devemos admitir, sem a pretensão da unanimidade, respeitando-se o direito de todos opinarem, mas também a vontade da maioria.

Blog: O Povo com a Notícia