Os apoiadores de Dilma Rousseff
submeteram o governo a um vexame. Convocada para analisar um lote de vetos
presidenciais, a sessão conjunta do Congresso iniciada na manhã desta
terça-feira teve de ser suspensa por falta de quórum. A infantaria do Planalto
não compareceu ao campo de batalha. A apreciação dos vetos foi remarcada para a
esta quarta-feira. Parlamentares oposicionistas cuidaram de potencializar o
fiasco.
“Se
PT quer dar quórum no Congresso, precisa entregar a Casa Civil e a articulação
política do Planalto para algum outro partido”, ironizou o deputado Rodrigo
Maia (DEM-RJ). “Essa reforma ministerial não foi suficiente”, ecoou o deputado
Mendonça Filho (PE), líder do DEM. “A presidente tem que fazer outra reforma.
Dez ministérios para o PMDB talvez resolvam o problema.”
Marcada
para as 11h30, a sessão começou com atraso. Era nítido o esvaziamento. Pelo
regimento, o quórum mínimo para deliberação é de 41 dos 81 senadores e 257 dos
513 deputados. Renan esticou a sessão o quanto pôde. Mas foi fustigado pela
oposição, que cobrava respeito ao regimento.
“Esse
regimento do Congresso Nacional é uma esculhambação”, reagiu Mendonça Filho.
“Toda semana é uma regra diferente. Tem que encerrar a sessão, presidente, em
respeito ao regimento. Não pode virar uma esculhambação permanente o
funcionamento dessa casa.”
Renan
ainda ouviu ponderações de parlamentares governistas. Mas jogou a toalha às
13h13min. A essa altura, o quorum já havia sido alcançado apenas no Senado.
Renan suspendeu a sessão por 30 minutos. Decorrido esse prazo, perdurava o ermo
da Câmara. Faltavam seis dezenas de deputados para atingir o número mínimo
exigido pelo regimento. E Renan viu-se compelido a cancelar a sessão,
transferindo-a para esta quarta, às 11h30.
Quer
dizer: como previsto desde a noite da véspera, os aliados de
Dilma sonegaram-lhe até o ar de sua graça no primeiro teste de fidelidade
depois da reforma ministerial. (Via: Josias de Souza)
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