Assista o vídeo:
Acomodada pelos colaboradores da
Odebrecht no mármore quente do inferno, a elite política do país se uniu em
torno de um plano para criar uma porta de saída para o céu. Protegidos pelo
foro privilegiado, os congressistas cuidam dos minutos porque sabem que as
horas no Supremo Tribunal Federal passam mais lentamente. Os encrencados correm
para aprovar até setembro uma reforma eleitoral para ser aplicada já nas
eleições de 2018. Assim, a bancada dinheirista poderá se reeleger antes de ser
julgada, mantendo o escudo do foro privilegiado do Supremo.
Trama-se uma reforma baseada no princípio de que nenhuma
ilegalidade justifica a incivilidade de um castigo, muito menos a desonestidade
com fins eleitorais. Não é porque as delações da Lava Jato transformaram um modelo
bem-sucedido de rapinagem em escândalo que os rapinadores ficarão de braços
cruzados. A autodepuração é suspeita e cheira mal.
Se tudo correr como planejado pelos reformadores, a reforma
incluirá uma anistia do caixa dois (pode me chamar de perdão retroativo da
propina). Incluirá também a criação de um fundo eleitoral para pagar com verbas
públicas as campanhas políticas. Esse fundo virá acompanhado da instituição do
voto em lista fechada. Nesse modelo, o eleitor vota no partido, não no
candidato. Elegem-se os políticos acomodados numa lista pelos caciques de cada
legenda.
Para resumir: você vai bancar a bilheteria do circo e não
terá nem o direito de escolher o palhaço da sua preferência.
Blog: O Povo com a Notícia