O outono começa nesta
segunda-feira (20), às 7h29, horário de Brasília, quando ocorre
o equinócio no hemisfério sul. Nessa data, dia e noite terão
praticamente a mesma duração. À medida que a estação avança, os dias ficam
menores até o início do inverno, em 21 de junho.
"Do ponto de vista astronômico, a característica mais
marcante é que, no início do outono, os dias e as noites têm o mesmo
comprimento", explica a pesquisadora Josina Nascimento, do Observatório
Nacional. Segundo ela, a inclinação dos raios solares é o motivo para a
queda das temperaturas durante o outono.
Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), as temperaturas em todo
o País devem se manter na média histórica, com exceção da Região Sul, que deve
registrar temperaturas mais altas.
"O começo do outono ainda é quente, porque o clima está
mais relacionado com o verão do que com o inverno. Se chegar uma frente fria, a
temperatura cai", afirma a meteorologista Renata Tedeschi, do CPTEC/Inpe.
Embora o outono seja o período chuvoso na Região Nordeste, a
seca deve continuar. A previsão aponta que o volume de chuvas deve ficar abaixo
da média histórica nos próximos meses. Uma mudança do cenário depende de uma
reviravolta nas condições climáticas.
"Já são cinco anos de estiagem, e estamos nos
encaminhando para o sexto, a não ser que haja uma grande mudança nas condições
do Oceano Atlântico. Mas não é o que os nossos modelos indicam", diz
Renata.
Cheia no Norte: Por outro lado, a Região Norte pode ter uma das maiores
cheias já registradas dos rios da bacia amazônica. É no outono que se inicia o
chamado "inverno amazônico", período marcado pelo aumento das chuvas
e queda da temperatura.
"Chuvas vão ocorrer acima da média e pode ser que os
volumes dos rios cheguem a níveis recordes, porque o pico da época de inundação
ocorre em junho, com o acúmulo de toda a chuva que caiu no outono",
destaca o coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento
de Alertas e Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.
Já nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, na medida em que o
outono avança, as chuvas vão diminuindo até que se configure o período da seca.
A estação também é época de atenção à prevenção de desastres naturais. Isso
porque, com o solo encharcado após meses de chuvas, aumenta o risco de
deslizamentos de terra.
"Temos um histórico grande de desastres registrados em
março e abril, principalmente. O solo, agora no fim da estação chuvosa, está
muito saturado de água, e essa condição favorece a ocorrência de deslizamentos
de terra. E, nesses meses, temos chuvas intensas, mesmo que de curta duração,
que aumentam o risco de desastres naturais", afirma Seluchi.
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