Assista o vídeo:
“A gente estava com a esperança de que quando chegasse a água no rio,
também chegasse nas torneiras. Mas, até agora a gente não tem água”.
São seis anos de seca que a gente
vem tentando escapar. O que mais dói é ver a água passando e a gente não poder
tirar essa água. Não está para consumo humano, nem para consumo animal”. A fala
é de um dos agricultores que mora vizinho ao canal da transposição do Rio São
Francisco, na cidade de Monteiro, no Cariri paraibano. Há pouco mais de um mês
as águas do Rio São Francisco chegaram à Paraíba, mas a população das cidades
por onde elas passam continuam enfrentando um forte racionamento de água.
Na cidade de Monteiro, no Cariri, que é a porta de entrada
da transposição os moradores tinham a esperança de que o abastecimento fosse
normalizado. A água chegou e virou atração. Todos os dias moradores vão se
banhar no Rio Paraíba, onde o canal da transposição deságua, mas as torneiras
das casas continuam secas na maior parte da semana.
A Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa) informou
que o racionamento de água na cidade de Monteiro já diminuiu em alguns bairros,
mas ainda não há prazo para a regularização total do abastecimento. A Cagepa
afirma que isso só será possível depois que o volume dos reservatórios que
abastece a cidade aumentar.
A comerciante Eliana Moraes relata a expectativa frustrada
após a chegada da transposição das águas do Rio São Francisco.
Alguns produtores que moravam próximo ao canal da transposição deixaram
suas terras e foram morar em uma vila produtiva. Eles recebem auxílio do
governo, mas ainda não produzem nada, pois ainda estão esperando os lotes
irrigados.
Já os que ficaram a margem do canal, a situação está bem pior. Os poços
artesianos estão secos e o abastecimento por carro-pipa foi suspenso. “Era o
pipa que vinha abastecer, mas assim mesmo cortaram. Não disseram o porquê
(sic)”, relata o agricultor Robson Rodrigues.
Os representantes da associação
de agricultores da região já se reuniram com técnicos do Ministério da
Integração Nacional. O órgão, no entanto, esclarece que a responsabilidade do
Ministério é disponiblizar a água para o estado. "O apoio financeiro é do
governo federal, mas a execução é feita pelo Estado – que pode responder sobre
o assunto", diz complementando que "a responsabilidade de tratar e
distribuir a água é da companhia estadual de abastecimento".
“Eles falam que vai ter uma encanação, que vai ter água
encanada na casa de cada um (agricultor). Mas enquanto isso não acontece, as
famílias estão passando por uma situação difícil”, disse Luciano dos Santos, da
Associação de Agricultores de Monteiro.
A Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa)
informou que está cadastrando as famílias que moram as margens do canal, mas
não disse quando a água vai chegar para a produção. A prioridade é para o
abastecimento humano nas cidades, mas a população urbana ainda padece com o
racionamento. (Via: G1 PB)
Blog: O Povo com a Notícia