O ex-líder do PT do Senado,
Humberto Costa (PE), teria recebido quase R$ 600 mil em propina da Odebrecht
para o financiamento de sua campanha em 2010, apontaram executivos da
empreiteira que firmaram acordos de delação premiada com a Procuradoria-Geral
da República. O valor teria sido tratado num processo licitatório que a
construtora participou dentro do Plano de Ação de Certificação em Segurança,
Meio Ambiente e Saúde (PAC SMS).
No
pedido de abertura de inquérito – deferido pelo ministro Edson Fachin -, o
Ministério Público Federal menciona ainda a ‘possível participação do atual
presidente da República, Michel Temer, em virtude de suposta reunião da qual
teriam participado (o ex-deputado) Eduardo Cunha e (o ex-ministro) Henrique
Eduardo Alves, ocorrida em 15 de julho de 010, em São Paulo’.
A
ex-presidente Dilma Rousseff e a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster também
teriam conhecimento dos fatos.
Segundo
o Ministério Público Federal, a propina teria sido paga em troca da adjudicação
de um contrato, que é a última fase de um processo de licitação. Neste caso, o
Estado fica obrigado a contratar exclusivamente aquela empresa.
Além
de Humberto Costa, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) tinha
‘conhecimento dos termos do ajuste’ e teria ‘solicitado, a fim de custear
campanhas eleitorais, parte da propina’.
As
reuniões entre representantes do Grupo Odebrecht e da Petrobrás culminaram na
solicitação de 3% do valor do contrato, caso a Odebrecht lograsse êxito no
processo licitatório. O acordo teria reduzido o “caráter competitivo do
certame”.
O
ministro Edson Fachin autorizou a abertura do inquérito contra o senador
pernambucano – o ‘Drácula’ na planilha da propina – de acordo com as delações
dos executivos Rogério Santos de Araújo, Márcio Faria da Silva, César Ramos
Rocha, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Luiz Eduardo da Rocha Soares
e Marcelo Odebrecht.
COM A PALAVRA, HUMBERTO COSTA
“O
senador, que espera a conclusão de inquérito aberto há mais de dois anos pelo
STF, e para o qual a Polícia Federal já se manifestou em favor do arquivamento,
aguarda ter acesso aos novos documentos para reunir as informações necessárias
à sua defesa. O senador, que já abriu mão de todos os seus sigilos, se coloca,
como sempre fez, à disposição das autoridades.” (Via: Estadão)
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