A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, reagiu duramente
diante da informação de que o ministro da Corte Edson Fachin estava sendo
espionado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Por meio de nota,
Cármen Lúcia considerou a ação "gravíssimo crime" e "própria das
ditaduras". Ela defendeu ainda que o caso deve ser apurado e os
responsáveis, "exemplarmente processados".
A reportagem da revista Veja afirma que a investigação da Abin já
estaria em curso há alguns dias, e teria encontrado indícios de que Fachin voou
no jatinho da JBS. A ideia era tentar constrager o ministro e pedir o
afastamento dele do caso, anulando a delação do dono da JBS.
Temer afirmou a Cármen Lúcia que não havia mandado investigar Fachin.
Mesmo diante da negativa, a ministra decidiu enviar nota de repúdio:
"É inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o Supremo
Tribunal Federal, contra a Democracia e contra as liberdades, se confirmada
informação de devassa ilegal da vida de um de seus integrantes. Própria de
ditaduras, como é esta prática, contrária à vida livre de toda pessoa, mais
gravosa é ela se voltada contra a responsável atuação de um juiz, sendo
absolutamente inaceitável numa República Democrática, pelo que tem de ser
civicamente repelida, penalmente apurada e os responsáveis exemplarmente
processados e condenados na forma da legislação vigente.” A ministra acrescenta
que, comprovando-se o ocorrido, as consequências “jurídicas, políticas e
institucionais terão a intensidade do gravame cometido”.
Blog: O Povo com a Notícia