Nunca, na história eleitoral do
Brasil, houve tantas provas de maracutaias numa campanha – e o Tribunal
Superior Eleitoral, num julgamento abominável, achou que a chapa eleita não merece
nenhum tipo de punição. Nem mesmo confissões assinadas, contas-correntes
documentadas e registros de um frenético trânsito de malas recheadas de
dinheiro foram suficientes para convencer os ministros do TSE de que a chapa
Dilma-Temer foi financiada por um maiúsculo esquema de corrupção.
Em juridiquês, a maioria dos ministros decidiu que a delação
da Odebrecht, que no dizer do ministro relator, Herman Benjamin, trouxe
“oceânicas, incontestes e vastíssimas” provas de corrupção, não poderia ser
incluída na ação que pedia a cassação da chapa. Eles entenderam que, se
incluíssem tal delação, estariam alargando o começo da ação, dando-lhe uma
amplitude supostamente indevida e, assim, cometendo uma injustiça. Preferiram,
então, ignorar as oceânicas, incontestes e vastíssimas provas de corrupção – e
por 4 votos a 3, absolveram o presidente Michel temer e a ex-presidente Dilma
Rousseff da ação de abuso de poder político e econômico.
Pela absolvição,
votaram os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira de
Carvalho e Gilmar Mendes. Pela cassação do mandato de Temer e pela perda dos
direitos políticos de Dilma, votaram Luiz Fux, Rosa Weber e Herman Benjamin.
O julgamento, tal como foi, só reforça os piores preconceitos
sobre o Judiciário – de que julga não conforme a lei, mas conforme a cara do
réu. É um vexame talhado para entrar na história. (Via: Veja)
Blog: O Povo com a Notícia