Em obstrução, a base governista impediu o
avanço na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara da discussão sobre a Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) que estabelece eleições diretas no País. Com receio
de não ter votos suficientes para barrar a PEC, a base aliada veio munida de
uma série de requerimentos e não houve tempo para o debate de mérito na manhã
desta terça-feira (13).
De autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), a PEC propõe eleições no
caso de vacância da Presidência da República, exceto nos seis últimos meses do
mandato. Desde que a crise política se agravou com a divulgação da delação premiada do empresário Joesley
Batista, da JBS, em meados de maio, a oposição tenta votar a PEC
na CCJ. Sob pressão dos oposicionistas, o presidente da comissão, Rodrigo
Pacheco (PMDB-MG), cedeu e marcou a sessão exclusiva para hoje, contrariando os
governistas.
A sessão começou por volta das 10h45 e os governistas já anunciaram o “kit
obstrução”. “Obstrução sim para o Brasil continuar crescendo em paz”, alegou o
vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS). Perondi acusou a oposição de
querer “colocar fogo no País” e impedir a retomada do crescimento econômico.
“Eleição direta agora é querosene puro”, completou.
Os governistas conseguiram manter as duas horas de sessão apenas na
discussão de um requerimento de inversão de pauta, mas não houve quórum para a
conclusão da votação. O comportamento da base aliada irritou os oposicionistas.
“A posição da oposição fica muito clara em não querer debater”, reclamou o
deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Ciente de que enfrentaria uma forte obstrução, a oposição veio munida de
placas de protesto com os dizeres: “Vampiro teme a luz, corrupto teme diretas”,
“fujões apareçam para o debate” e “governistas fogem do debate!”. O deputado
Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que a única forma de pacificação do País é
devolver ao eleitor o direito de escolher o substituto de Michel Temer. “Vamos
continuar insistindo nessa comissão para que essa PEC seja apreciada”, avisou
Molon.
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), se comprometeu em retomar
a discussão da PEC na próxima semana. O peemedebista avisou que o tema será
item único da sessão. (Via: Estadão)
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