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quarta-feira, 28 de junho de 2017

I Encontro de Mulheres Negras do Sertão do São Francisco abre inscrições em Petrolina


De acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade da população do Brasil é formada por pessoas negras ou pardas. E a cada dez delas, três são mulheres negras. Em Pernambuco, mais da metade dos habitantes é negra ou parda.

Apesar dos números significativos, o racismo ainda se faz presente na realidade do país, o que pode ser facilmente evidenciado através dos índices de desigualdade sócio-econômica, que são alarmantes quando dizem respeito à população negra.

Segundo dados do IBGE, em 2015 apenas 12,8 % da população negra do país cursava o nível superior. A pesquisa também aponta que pessoas pretas e pardas têm mais probabilidade de viver em ambientes onde as condições de vida são precárias (difícil acesso à ítens de luxo, tecnologia e até a serviços básicos, como água, esgoto e coleta de lixo).

Os números ficam ainda mais alarmantes quando dizem respeito às mulheres negras, que além das injustiças sócio-econômicas enfrentadas pela população negra em geral, ainda sofrem com o machismo e a violência doméstica. De acordo com uma pesquisa divulgada em 2016, no período de 2002 a 2013, o índice de assassinato a mulheres negras teve um aumento de 54,2 %.

Foi a partir dessa realidade social, que um grupo de militantes que integram a Rede de Mulheres Negras de Petrolina, deve se reunir com outras mulheres para discutir essas e outras questões durante o I Encontro de Mulheres Negras do Sertão do São Francisco, que será realizado no dia 20 de julho em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A entrada é gratuita e aberta ao público em geral.

O encontro acontecerá na sede do Sest/Senat, localizado na Rua Souza Leão, número 10, Km 02, Zona Sul de Petrolina, das 8h às 18h. A inscrição é gratuita e pode ser feita, até o dia 30 de junho, através do formulário de inscrição.

Buscando fortalecer a ação das mulheres negras do Sertão do São Francisco, em prol da luta contra o preconceito racial, o sexismo e o machismo, o evento contará com uma programação de apresentações culturais, palestras, oficinas, exposições artísticas, estandes de artesanato e culinária regional, vivências, debates e articulações para a luta feminista negra.

De acordo com a representante da Rede de Mulheres Negras de Petrolina, Viviane Costa, uma das propostas do encontro é reunir mulheres de outros municípios, como Afrânio, Cabrobó, Orocó, Dormentes, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco.

Ainda segundo Viviane Costa, o encontro busca promover a troca de conhecimento e experiências entre mulheres negras, fortalecendo, assim, a luta feminista negra na região.

“Enquanto mulher negra militante, percebo que em Petrolina as discussões sobre isso são escassas. Temos feito um trabalho de levar informação e conhecimentos para as muheres, para que elas saibam o que é feminismo negro e o por quê da nossa miltância”, disse.

Durante o encontro, também será avaliada e aprovada a 'Agenda de Lutas das Mulheres Negras no Sertão', que reúne articulações e encaminhamentos para a luta feminista negra na região.

Julho das Pretas

O I Encontro de Mulheres Negras do Sertão do São Francisco faz referência ao 'Julho das Pretas' (em alusão ao Dia Internacional da Mulher Afro - Latino – Americana e Afro-Caribenha, comemorado em 25 de julho), que é o mês de atividades que buscam promover maior visibilidade à luta das mulheres negras sertanejas. O movimento é realizado através de parcerias, debates e ações em municípios do interior do Sertão de Pernambuco, onde o movimento feminino negro de mulheres quilombolas, trabalhadoras rurais e ribeirinhas, por exemplo, permanem quase sempre no anonimato.

Rede de Mulheres Negras de Pernambuco em Petrolina

O encontro é promovido pela Rede de Mulheres Negras de Petrolina, surgido em 2011 durante Encontro Ibero Americano do Ano dos Afrodescendentes, em Salvador (BA). A Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver, em Brasília (DF), em 2015, marcou o início das atividades do grupo, que existia como Comitê Impulsor em Petrolina, integrando os outros sete comitês da Marcha, em Recife e no interior de Pernambuco.

A rede é integrada por mulheres universitárias, donas de casa, jovens e qualquer mulher que queira fazer parte do grupo. "Atuamos nas comunidades, associações, escolas e onde tenham mulheres que queiram adquirir informações, conhecimento quanto ao empoderamento da Mulher Negra e ao combate à violência contra a mulher", ressaltou Viviane Costa.

Outras informações sobre o evento podem ser obtidas através da página do evento no Facebook. (Via: G1 Petrolina)

Blog: O Povo com a Notícia