O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro
pronunciamento público nesta quinta-feira (13), um dia após a sentença do juiz
Sergio Moro que o condenou a 9 anos e meio de prisão por corrupção. Ele negou
os crimes pelos quais foi condenado e afirmou que ainda está "no
jogo".
"Se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Mande para
a Justiça, mande para a suprema corte, mande para a imprensa. Eu ficaria mais
feliz se fosse condenado por conta de uma prova", afirmou. "Nós vamos
recorrer em todas as instâncias de todas as arbitrariedades. (...) É preciso
fazer processo contra quem mentir, contra quem não disser a verdade nesse
país."
"Se alguém pensa que com essa sentença me tiraram do jogo, pode
saber que eu estou no jogo", disse o ex-presidente. "Quero dizer ao
meu partido que até agora eu não tinha reivindicado, mas agora vou reivindicar
como postulante a candidato a presidente da república."
Ele começou a falar às 12h02 e discursou durante meia hora.
O ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão na Operação Lava Jato pela
ocultação da propriedade de uma cobertura triplex em Guarujá, no litoral
paulista, que teria sido recebida como propina da empreiteira OAS, em troca de
favores na Petrobras.
Estavam no local da coletiva o ex-presidente do PT Rui Falcão, os
ex-ministros Jacques Wagner e Miguel Rosseto, os deputados Carlos Zarattini,
Jandira Feghalli e José Guimarães, e os advogados de Lula, Roberto Teixeira,
Cristiano Zanin e Valesca Teixeira.
Condenação
É a primeira vez na história que um ocupante da Presidência é condenado
por um crime comum no Brasil. A sentença foi publicada nesta quarta-feira (12)
e permite que o petista recorra em liberdade.
Na sentença, de 218 páginas, o juiz Moro resume as acusações que pesam
contra Lula, relata os argumentos da defesa e analisa as provas documentais,
periciais e testemunhais.
O magistrado afirma que houve condutas inapropriadas por parte da defesa
de Lula que revelam tentativa de intimidação da Justiça e, por
isso, até caberia decretar a prisão preventiva do ex-presidente. Porém, decidiu
não mandar prendê-lo por "prudência".
Outros processos de
Lula
O ex-presidente é réu em outras duas ações da Lava Jato: uma ligada à
Operação Janus, que trata de contratos no BNDES, e outra relacionada à Operação
Zelotes, que apura venda de medidas provisórias.
Lula também foi denunciado no caso envolvendo o sítio em Atibaia, no
interior de São Paulo, no âmbito da Lava Jato.
Ele é alvo ainda de dois inquéritos na Lava Jato: um sobre a formação de
organização criminosa para fraudar a Petrobras, e outro sobre obstrução das
investigações ao tomar posse como ministro de Dilma. Na Zelotes, ele é
investigado em inquérito sobre a edição da medida provisória 471, que criou o
Refis. (Via: G1)
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