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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Sessão em Belém do São Francisco termina em violência


Nesta última sexta-feira dia (11), foi um dia atípico na Câmara Municipal de Belém do São Francisco, no Sertão pernambucano. Uma sessão para votar o Projeto de Lei 09/2017, que trata das mudanças na formação do Conselho Fiscal da Autarquia que funciona no município, terminou em discussão, gritaria e agressões

De acordo com testemunhas, a agitação teve início com a presença de um grupo oriundo da cidade de Floresta, convocado pela presidente da Autarquia, Ana Gleide Souza, com intuito de pressionar os vereadores no momento da votação.

O mal-estar ganhou força após a retirada do assunto em pauta pelo presidente do Legislativo, Joase Campos (PHS). Protocolado há alguns dias, o projeto já deveria ter sido votado em 5 de agosto, de acordo com a legislação da Câmara. 

Numa primeira sessão, realizada no início do mês, quando deveria ter sido aprovado o projeto, o momento foi conduzido apenas para discussão do assunto. Nessa segunda tentativa, mais uma vez a votação é protelada, o que motivou as discussões e revolta dos vereadores e da população belemita.

De acordo com fontes que preferem ter seus nomes preservados por medo de represálias, existe um grupo minúsculo que luta para que o projeto não seja levado à votação, por se tratar de um grupo beneficiado pelo atual modelo de funcionamento do Conselho.

Na elaboração desta reportagem, diversos professores foram contactados, a grande maioria favorável à aprovação da lei, mas que também não quiseram ter seus nomes revelados e temem manifestar suas opiniões.

Pelo que se pode perceber, há fortes indícios de que a presidente exerce com excessiva força suas atividades, intimidando seus subordinados e exercendo influência sobre o Conselho Fiscalizador, reprimindo assim, a legitimidade das ações deste grupo.

Inclusive, há depoimentos que confirmam essa situação, como do ex-servidor da CESVASF/ABCDE, entidade administrada pela Autarquia, Gabriel, que conta que foi vítima, pela presidente, de abuso de poder. 

Em seu depoimento ele afirma: “Ela dizia coisas além do que poderia, falando palavras ríspidas, me humilhando no meio do povo. Essa atitude muito me doeu. Uma pessoa que trabalha em uma faculdade, com alto nível de experiência, deveria, no mínimo, saber falar com as pessoas, ela não tem educação e não sabe tratar as pessoas”, desabafou. 

As agressões verbais e ações violentas parecem não se resumiram aos funcionários da faculdade. Apurando os fatos, esta reportagem encontrou os autos de um processo ao qual a presidente Ana Gleide responde, por assédio moral ao ex-aluno Evaldo Bezerra. Segundo informações contidas no processo de número 0000310-42.2017.8.17.1010, o aluno precisou deixar o curso a que era vinculado na CESVASF.

Diante da realidade e das denúncias, o Prefeito Licínio Lustosa (PSD), também servidor efetivo da CESVASF, com o objetivo de garantir o bom andamento da instituição, pela qual tanto tem apreço, elaborou a lei que rever a distribuição de vagas e indicações, promovendo assim uma paridade no exercício do poder do Conselho Deliberativo. “Mesmo diante dos fatos, afirmou não ter nenhum interesse em abrir um processo administrativo contra a gestora, o que desejo é que funcione um Conselho deliberativo e fiscal mais democrático e independente”.

Segundo o Prefeito, diferente do que a presidente anda plantando através de campanhas nas mídias sociais, nenhum poder será tirado do Conselho, e muito menos da CEVASF, a qual em nada será impactada pela nova lei. “Na realidade o que acontecerá é o empoderamento desses conselheiros que passarão exercer com eficiência a suas obrigações”.


Blog: O Povo com a Notícia