Após mais de quatro anos paradas,
as obras do Laboratório de Genética Forense de Pernambuco serão, enfim,
retomadas. A previsão é de que no início de 2018 a empresa escolhida em
processo de licitação assuma o serviço. O novo laboratório, que ajudará a
solucionar crimes – a partir do perfil genético de vítimas e de criminosos -,
também vai servir para produção de pesquisas no âmbito nacional. O investimento
vem em um momento crítico, já que o Estado acumula mais de 5 mil homicídios em 11
meses. Além disso, atrasos na conclusão de perícias – por falta
de profissionais – também prejudica a conclusão de inquéritos policiais.
O laboratório permanente, na época avaliado em E$ 2 milhões, deveria estar
em pleno funcionamento desde outubro de 2013. Um galpão foi erguido na sede da
Secretaria de Defesa Social (SDS), no bairro de Santo Amaro, área central do
Recife, mas, há anos, só serve para guardar carros dos servidores. Isso porque
uma queda de braço entre a empresa então responsável, Milão e
Empreendimentos LTDA, e a SDS travou a conclusão da obra e o contrato entre as
partes foi encerrado.
Desde 2012, um laboratório provisório funciona em Prazeres, Jaboatão dos
Guararapes. Apesar de ter uma equipe reduzida, o centro conseguiu solucionar
casos de repercussão no Estado. Entre eles, a identificação de uma das vítimas
dos Canibais de Garanhuns. Restos
mortais de uma adolescente de 17 anos, morta pelo trio em Olinda, foram
analisados e foi possível o reconhecimento genético.
Em nota, a SDS informa que já deu início à licitação para escolha da
empresa que será responsável pela conclusão das obras do Laboratório de
Genética Forense. “O processo encontra-se em fase de análise da documentação da
empresa habilitada, assim como em período de interposição de possíveis
recursos. A expectativa é que, no momento em que a ordem de serviço for
assinada, os trabalhos sejam concluídos em um prazo de 120 dias”, afirmou.
A gestora de Polícia Científica, Sandra Santos, comemorou a retomada das
obras. “Esse investimento vai nos ajudar a ampliar não só o trabalho de identificação
genética para combater os crimes em Pernambuco, como também vamos investir mais
em pesquisas”.
Um projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe)
também pode modificar e ampliar as funções do laboratório, criando o Instituto
de Genética Forense Eduardo Campos. A gestora de Polícia Científica, Sandra
Santos, está a frente da iniciativa pioneira.
INTERIORIZAÇÃO: O ano de 2018 também será marcado pela interiorização da Polícia
Científica. Finalmente, municípios serão contemplados com unidades
do Instituto de Medicina Legal (IML), Instituto de Criminalística e
Instituto de Identificação Tavares Buril. As novas unidades ficarão
em Ouricuri, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Petrolina e Salgueiro.
“Esse investimento é fruto de muito empenho para trazer mais agilidade na
solução dos crimes”, comemorou Sandra Santos.
Atualmente, com poucos recursos, muitas vezes locais de homicídios, por
exemplo, deixam de ser periciados logo após os crimes porque não há viatura ou
profissionais disponíveis. Isso não só atrapalha investigações como pode,
inclusive, ser determinante para não se descobrir o autor do fato.
A ampliação só será possível com a chegada de 139 peritos criminais,
40 médicos legistas, 130 auxiliares de perito, 73 auxiliares de legista e 51
peritos papiloscopistas. Eles devem começar a trabalhar já no primeiro semestre
do próximo ano.
GESTÃO: Sandra, que é perita criminal, foi a primeira gestora do laboratório
provisório de DNA. Ela está a frente da Polícia Científica de Pernambuco desde
1º de janeiro de 2015, quando o governador Paulo Câmara tomou posse. O empenho
e o entusiasmo dela vem sendo elogiado por delegados e até pela cúpula da SDS.
“Ela é uma gestora correta, que não gosta de nada errado. Cuida do nome da
instituição”, definiu uma delegada, em reserva. (Via: Ronda JC)
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