Nove meses após ser lançada pelo
governo federal, a CNH Digital, versão para celular da carteira nacional de
habilitação, avança a passos lentos, tendo conseguido a adesão de menos de 0,4%
dos condutores brasileiros.
Apesar do amplo acesso da população a celulares e da promessa de segurança
e comodidade com a nova tecnologia, a difusão da CNH Digital nos estados
enfrenta entraves como desinformação, trâmites burocráticos e, em alguns casos,
cobranças controversas. No país inteiro, foram emitidos 220 mil documentos.
Para tirá-lo, é preciso já ter ou solicitar uma CNH com QR Code.
Um dos pontos que tem gerado mais reclamações é a obrigatoriedade da ida a
uma unidade do Detran (departamento de trânsito) para habilitar a utilização
mesmo após já ter comparecido ao órgão para obter a versão impressa.
Há queixas ainda sobre dificuldades de acesso ao aplicativo e preocupações
com taxas e a segurança dos dados.
Na maioria parte do país, incluindo São Paulo, a CNH Digital é gratuita
— já que é uma versão para celular da habilitação já emitida em papel. Alguns
estados, porém, decidiram cobrar pelo serviço.
Na Bahia, onde há 2,4 milhões de condutores, só 574 habilitações digitais
foram emitidas — a menor adesão do país. O estado enfrentou questionamentos
devido à cobrança pelo documento e afirma que, por isso, só passou a oferecer
oficialmente esse serviço, por R$ 67,10, no prazo limite estabelecido pelo
Contran (Conselho Nacional de Trânsito), em 1º de julho.
O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) diz que cada Detran pode
realizar a cobrança de forma autônoma, sem intervenção federal.
Embora a versão digital não seja obrigatória, ela foi apresentada pelo
governo Michel Temer (MDB) como um avanço devido às suas vantagens.
Além de dispensar a exigência da posse do documento em papel, a CNH
Digital foi lançada como instrumento de combate a fraudes — tanto pelo código de
segurança como por inibir adulterações, inclusive a troca de foto do titular.
O motorista que usa a versão digital, no entanto, precisa ficar atento,
pois se acabar a bateria e ele for parado numa blitz, será autuado pela
ausência do documento. A multa (R$ 88,38) é leve, com três pontos na
carteira. (Via: Folhapress)
Blog: O Povo com a Notícia