O debate eleitoral nos últimos
dias centrou-se na disputa por apoio político, uma vez que o prazo para
registro das candidaturas (15 de agosto) se aproxima do fim. Nos últimos sete
dias, a indefinição acerca do nome que ocupará a Vice-Presidência em um
possível governo de Jair Bolsonaro contribuiu para que a participação do
deputado no debate crescesse, especialmente no Twitter, superando o volume de
menções a Lula. O estudo foi divulgado pela Fundação Getúlio Vargas.
A desistência do senador Magno Malta (PR) de formar uma chapa com
Bolsonaro e a recusa do PRP diante do convite do pré-candidato ao general
Augusto Heleno mobilizaram menções especialmente negativas e irônicas. Também
foram significativas as especulações sobre a capacidade de manutenção das
intenções de voto no deputado sem alianças, devido ao pequeno espaço no horário
eleitoral gratuito.
A tentativa de formação de
alianças, especialmente com os partidos do chamado Centrão, também se destacou
entre as referências a Ciro Gomes. No entanto, o maior pico de citações a ele,
no período, refere-se a uma declaração ofensiva do presidenciável à promotora
que solicitou abertura de inquérito por injúria racial, no caso
envolvendo um vereador paulistano. Esse debate foi responsável por elevar
exponencialmente o volume de menções ao pré-candidato, com conotação
predominantemente negativa.
Apesar de uma menor presença no debate em relação à semana anterior, Lula
ainda segue mobilizando a pauta temática, principalmente quando o assunto é
corrupção — tema mais associado ao ex-presidente, a Bolsonaro e a Alckmin. Já
economia — em um viés fortemente relacionado à tentativa de alguns candidatos de
"agradar" ao mercado e aos partidos de centro —, aparece com
frequência nas menções a Ciro.
Também no debate econômico, cresceu a presença de Ciro Gomes nas
discussões por conta de suas recentes declarações sobre a sua proposta
econômica de governo. Não houve, no entanto, destaque em nenhum tema
específico, com a repercussão geral de diversos assuntos econômicos abordados
pelo pré-candidato, como Reforma Trabalhista, ajuste fiscal e impostos.
Contudo, observa-se que as declarações de Ciro com críticas à Reforma
Trabalhista do governo Temer, tema que normalmente mobiliza os usuários,
repercutem com mais apoio do que os demais assuntos econômicos.
O ex-presidente Lula permanece como nome mais citado na temática
econômica, ainda que não seja o centro de uma discussão pontual sobre algum
tema. O destaque permanece em função do vaivém sobre sua prisão, que estimulou
o debate sobre o legado dos governos do PT.
Bolsonaro, por sua vez, apresentou um arrefecimento no volume de menções
sobre economia, mas a declaração de Paulo Guedes, cotado para ministro da
Fazenda em caso de vitória do deputado, de que manteria a equipe econômica
provocou um pico de menções na sexta-feira (13). A fala repercutiu
positivamente entre os apoiadores de Bolsonaro, que entenderam a posição do
economista como um sinal de que o candidato não precisa ceder a alianças
políticas.
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