Em viagem a Santiago (Chile), o
presidente Jair Bolsonaro reiterou o interesse do Brasil em estreitar relações
com Chile, elogiou o presidente chileno, Sebastián Piñera, por sua liderança e
ressaltou que não há intenção de intervir militarmente na Venezuela, que vive
intensa crise política, econômica e social.
As declarações foram concedidas durante entrevista exclusiva nesta
sexta-feira (22) à TVN/24 horas, emissora pública de televisão chilena. A
íntegra da entrevista, pouco mais de cinco minutos, em vídeo foi
disponibilizada, mas não é possível ouvir o presidente em português.
"Eu conheci Piñera no episódio dos mineiros [quando os 33
trabalhadores ficaram presos em uma caverna e foram resgatados com vida, na
gestão anterior de Piñera, em 2010] em que demonstrou liderança”, disse
Bolsonaro. “O Chile é muito importante porque é o nosso segundo aliado
comercial, atrás da Argentina."
O presidente foi ao Chile para participar do lançamento do Fórum para o
Progresso da América do Sul (Prosul). O acordo foi assinado ontem (22) na
presença de oito presidentes da região, em Santiago.
Venezuela
- Bolsonaro relembrou a conversa sobre a crise na
Venezuela que teve no começo da semana com o presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, em que o norte-americano disse que “todas as possibilidades
estavam sobre a mesa”. Porém, o presidente brasileiro afirmou que o Brasil não
trabalha com a hipótese de intervenção militar na Venezuela.
“Não se mencionou a palavra ‘militar’”, afirmou o presidente referindo-se
à conversa com o norte-americano. "O Brasil não tem qualquer pretensão de
ingressar militarmente na Venezuela", disse Bolsonaro, destacando que
parte do diálogo com o Trump não será revelada porque se trata de questões
estratégicas.
Questionado sobre a atuação da ex-presidente chilena Michelle Bachelet
como alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Bolsonaro fez
elogios, mas sugeriu que adote uma posição mais forte sobre a crise
venezuelana. “[Michelle Bachelet] tem uma política muito parecida com a nossa,
que é a defesa dos direitos humanos. Acredito que ela precisa ter uma posição mais
contumaz e ela deve se expressar ainda mais sobre essa questão. Precisa de um
pouco mais de força.”
Críticas
- Questionado sobre as críticas de adversários sobre
posições discriminatórias contra homossexuais, mulheres e imigrantes, Bolsonaro
afirmou que um deve ser “feliz como quiser”. Segundo ele, se tais posições dele
fossem verdadeiras, não poderia ter sido eleito no ano passado.
"Isso não é verdade”, ressaltou o presidente. “Eles [os adversários
políticos] me acusam de muitas coisas que eu não gosto de mulheres, negros ou
gays, se alguém age assim, como poderiam votar em mim?", reagiu.
Em relação às informações sobre diferenças de salário entre homens e
mulheres, Bolsonaro afirmou que não são procedentes. "Nossa lei
trabalhista garante igual realidade para homens e mulheres”, disse. “Eu acho
que isso não é verdade, um recebe seu salário pelo seu nível profissional e
temos uma grande expressão de mulheres trabalhadoras.”
Questionado sobre o movimento feminista, o presidente disse que não aceita
a imposição de ideias de grupos em escolas e na formação dos estudantes. “O que
não posso permitir é que certos ativistas busquem impor esses comportamentos
nas escolas, às crianças de cinco anos", ressaltou. “Esse tipo de
comportamento não será mais admitido no Brasil.” (Via: Agência Brasil)
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