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sábado, 21 de dezembro de 2019

Guedes é meu patrão na economia, e não eu o patrão dele, diz Bolsonaro


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse neste sábado (21) que, na área econômica, o ministro Paulo Guedes (Economia) é quem manda nele, e não o contrário.

"Eu que tenho que me alinhar a ele, não ele a mim. Ele que é meu patrão nesta questão, não eu o patrão dele", disse Bolsonaro em mais de duas horas de conversa com jornalistas à beira da piscina do Palácio da Alvorada pela manhã.

O presidente da República afirmou que o "carro-chefe" de seu governo em 2020 continuará sendo a economia, com foco em facilitar o empreendedorismo.

"O que mais nós queremos é facilitar a vida de quem quer empreender. Tem que lançar o plano 'Minha Primeira Empresa' para tirar isso do discurso da oposição. Você quer criar uma empresa, vai criar. O salário está baixo, você paga R$ 5.000, R$ 10 mil, R$ 30 mil para quem for trabalhar na tua empresa, esta que é a ideia", afirmou Bolsonaro.

Sobre a reforma tributária, questão que é tratada como prioridade no Congresso, ele afirmou que o governo apenas apresentará sugestões para as propostas que já tramitam no Legislativo.

"Eu vou na linha do Posto Ipiranga. Ele falou que vai apresentar sugestões em forma de emendas. É um interesse da sociedade a reforma tributária como era a Previdência. Não vejo tanta dificuldade. O que tenho falado com o Paulo Guedes é usar mais a palavra simplificação. Se no passado todas as outras tentativas não deram certo, se tivesse simplificado um pouquinho, hoje, talvez, não precisasse de uma reforma tributária."

Câmara e Senado trabalharam em 2019 propostas diferentes de reforma tributária. Havia a previsão de que o governo encaminhasse uma terceira proposta, que serviria de linha mestra. Porém, não foi isso o que aconteceu.

No início da semana, ficou acordado que se criaria uma comissão mista de deputados e senadores para fazer um texto comum que contaria com as sugestões da equipe econômica do governo.

Essa comissão deveria ter sido criada até o final da semana, mas divergências sobre indicações de integrantes do colegiado adiaram os planos.

Outro ponto que gerou ruído foi a proposta de Paulo Guedes de se criar um imposto sobre transações financeiras em meios digitais.

Ao defender a proposta, ele argumentou que o novo imposto não seria igual à extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que sofreu críticas dentro do governo e foi barrada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

No fim da semana, porém, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disseram que o Legislativo não aprovará nenhum aumento de imposto. Neste sábado, Bolsonaro também disse que não haverá criação de um novo tributo.

"Em torno de 36% da nossa carga tributária... Não tem como baixar isso aí. Não vamos aumentar também, não vamos aumentar. A [reforma da] Previdência vai dar um alívio nesta área. Agora, o negócio é complicado, complicadíssimo. Para mim, desculpa aqui, prefiro deixar isso na mão do Paulo Guedes para ele achar o que é melhor, decidir o que é melhor. Criar um novo imposto não existe. Você pode até inventar um novo nome para acabar com outros, substituição", afirmou Bolsonaro.

O presidente, no entanto, evitou entrar em detalhes para não melindrar seu ministro da Economia. "Não quero falar algo que possa constranger o Paulo Guedes amanhã por desconhecimento da minha parte. Não tenho como saber de tudo o que  acontece no governo."

Indagado sobre o protagonismo de Rodrigo Maia na aprovação da reforma da Previdência no Congresso, Bolsonaro ironizou a aparência dos presidentes da Câmara e do Senado.

"Toda honra e toda glória a Rodrigo Maia. Não faço questão de ser pai da criança. Um beijo para o Rodrigo Maia, para o Davi Alcolumbre. Viram como eu não sou gordofóbico?", indagou. (Via: Folhapress)

Blog: O Povo com a Notícia