A polícia do Rio Grande do Sul
investiga um suposto esquema criminoso formado por advogados que apresentaram
atestados médicos falsificados à Justiça, afirmando que os clientes integram
grupo de risco da Covid-19 e, por isso, têm direito à liberdade garantida por
norma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A suspeita sobre o esquema de falsificação dos laudos médicos surgiu após
o vazamento de áudios, que circulam em grupos de Whatsapp. "O plantão
acabou de mandar uma decisão aí, de um cliente lá de Camaquã, imagina, cidade
do interior. Esse louco aí já responde por tráfico e, lá em Camaquã, está
respondendo por duplo homicídio qualificado. Apresentamos um laudinho frio, mas
bem feitinho, de diabetes", diz um dos advogado interceptados.
O preso mencionado pelo advogado foi solto no dia 23 de março e, após uma
denúncia do esquema, a Justiça voltou atrás e determinou o retorno dele ao
sistema prisional. O detento, porém, não foi mais localizado e é considerado
foragido.
A investigação é desenvolvida em duas frentes: na Polícia Civil, o
inquérito apura quem são os advogados envolvidos e em quais presídios houve
solturas. A Ordem dos Advogados do Brasil também abriu processo para verificar
possíveis irregularidades.
Já o Conselho Regional de Medicina do estado informou não ter recebido
denúncia oficial de atestados fornecidos a presos, porém, disse que, caso algum
médico esteja envolvido na falsificação de laudos, o profissional terá o
registro cassado.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Sul montou
uma força tarefa com servidores para fazer um "pente-fino" e separar
quem foi liberado por progressão de pena dos que foram soltos por fazerem parte
do grupo de risco da Covid-19.
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ-RS), 1.878 presos foram libertados
com base na recomendação do Conselho Nacional de Justiça, entre eles, estão
réus ligados a facções criminosas e um homem que atacou mulheres com ácido em
Porto Alegre. (Via: Agência Brasil)
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