Para o Ministério da Saúde, o projeto não terá impacto nas políticas já adotadas pelo governo. O projeto também inscreve na lei a utilização das comunidades terapêuticas como ferramenta para a reinserção de dependentes, via internações voluntárias. Hoje essas comunidades recebem recursos públicos, mas por meio de portarias do governo. Muitas dessas entidades têm vinculações religiosas, e algumas delas já foram denunciadas por maus-tratos pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia). A proposta ainda estabelece como cota para a reinserção de dependentes a reserva de 3% das vagas previstas em licitações de obras públicas com mais de 30 postos de trabalho. A Casa Civil defendeu que não fosse estabelecido um percentual fixo, mas uma priorização. Os deputados ainda avaliam um último ponto, sobre a possibilidade de dedução no Imposto de Renda para quem investir em projetos da área.
Pena maior
Apesar da definição da pena maior, parte dos parlamentares entende que essa classificação não está clara, o que pode jogar a escolha final da aplicação da pena, em cada caso, para os juízes. Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o endurecimento da pena vai "ampliar a tragédia brasileira". "Essa definição vai levar a prisões de usuários e ao aumento das prisões. Ele entra como usuário, mas vai praticar crimes quando sair." O relator do projeto, deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), rejeitou a argumentação de Teixeira. "Foi um acordo feito com a ministra Gleisi Hoffmann e com o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo]. Dizer que queremos prender o 'pequeno traficante' não é verdade."
Blog: O povo com a Notícia
Fonte: Folha de São Paulo/Blog Diniz K-9