Viés preconceituoso – Bastou se confirmar que Marina estava ingressando no PSB e apoiando Eduardo para o preconceito contra nordestinos reverberar entre os que fazem a mídia nacional. Secretário de redação da Folha de São Paulo, o jornalista Rogério Gentile postou no site da sua empresa um artigo dizendo que a candidata seria Marina e não Eduardo.
Josias Souza tachou Eduardo de lanterninha, mas se rendeu aos fatos, afirmando que a dobradinha criou a chamada terceira via. Fernando Rodrigues, colunista da Folha, disse que Marina chegou para preencher tudo que Eduardo não tinha: projeção nacional, discurso neomoderno e uma tropa de militantes pelas redes sociais.
Lula deu a sua colaboração e classificou Eduardo de “candidato dublê”. Pernambucano, mas agora com mandato em São Paulo, o deputado Roberto Freire disse que Marina cometeu suicídio político.
Nas redes sociais, o preconceito se exacerbou ainda mais: “Marina, candidata evangélica, disfarçada de progressista, agora aliada de Eduardo. Estou com medo”, postou um sulista de nome João Santiago.
Em seu comentário da TV-Globo News, no sábado, o jornalista Merval Pereira previu que Marina vai continuar aparecendo nas pesquisas de opinião como potencial candidata, obtendo mais apoio do eleitorado do que Eduardo.
Comentarista político da Rede TV, o jornalista Kennedy Alencar disse que a aliança Eduardo com Marina virou o grande pesadelo de Lula, mas não creditou isso às qualidades do governador pernambucano, mas ao fato de Marina ter deixado claro que o inimigo é o petismo.
É verdade que Eduardo inverteu a lógica, porque não se tem precedente na história da República de alguém com 20% nas pesquisas abra para quem tem apenas 4%.
Mas Eduardo tem virtudes que a Imprensa sulista insiste em não reconhecer: melhor governador do País, segundo o Datafolha, estrategista de mão cheia, político ousado e corajoso.
Neto de um mito, o ex-governador Miguel Arraes, Eduardo deu uma jogada de mestre, balançou o coreto de Dilma e deixou Aécio Neves, seu principal concorrente na oposição, isolado e desolado. Méritos, Eduardo os têm de sobra.
Defenestrado pelo Governo depois que entregou os cargos, vendo minguar sua candidatura pela pressão do Planalto em cima de potenciais aliados no Nordeste, em apenas 48 horas conseguiu ressuscitar no jogo presidencial trazendo para si o apoio da mais cobiçada noiva da eleição.
Os que duvidam do seu talento e da sua ousadia que observem atentamente as mudanças que ocorrerão na cena nacional nos próximos capítulos.
Novas emoções a caminho!
TENSÃO PÓS-ALIANÇA– A etapa mais angustiante para Eduardo e Marina se dará após as primeiras pesquisas que medirão o impacto da aliança. Evidentemente, o efeito não será visível na opinião pública pela falta de conhecimento no grosso da população. Apressada, a presidente Dilma e o PT já encomendaram pesquisas para esta semana, porque sabem que o tempo será muito curto, sendo os resultados bons para o Governo.
Voto de petista– Com o título “Voto saboroso”, o jornalista Ricardo Boechat publicou a seguinte nota na sua coluna em ISTOÉ: “Se sair candidato mesmo nas eleições de 2014, Eduardo Campos terá apoio de um fundador do PT”. Para “acabar com o lulismo”, Hélio Bicudo votará “com gosto” no governador pernambucano. “Tem boa extirpe (neto de Arraes) e é contra Dilma”, acentuou.
ÓDIO E ALIANÇA– Roberto Freire saiu uma arara da reunião com Marina, sábado pela manhã, em Brasília, quando ofereceu a legenda do PPS para ela disputar o Planalto. Só não a chamou de arroz-doce, mas já admite levar o partido para a coligação em torno de Eduardo. (Coluna do Magno 07/10)
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