Socialite.activate (elemento, 'Widget');

Páginas

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Cavalaria da PM é interditada por suspeita de doença em animais

Os animais da cavalaria da Polícia Militar que atuam na segurança do Grande Recife estão proibidos de sair às ruas desde o último dia 18 de setembro.  De acordo com a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), que realizou a interdição no Regimento de Polícia Montada Dias Cardoso (RPMon), no bairro de San Martin, no Recife, onde ficam os animais, a atitude foi necessária até que seja eliminada a suspeita de que algum cavalo tenha contraído mormo, uma doença infectocontagiosa grave e fatal aos animais e que pode ser transmitida aos humanos.

Provocada pela bactéria Burkholderia mallei, o mormo também é conhecido como lamparão ou farcinose e se manifesta nos eqüídeos (cavalos, mulas, asnos e jumentos). A doença geralmente ataca o sistema respiratório do animal e não tem cura. Infectados, os animais devem ser sacrificados e os corpos, incinerados. Já os humanos podem contrair a doença através do contato direto com a secreção ou sangue do equídeo infectado, porém existe tratamento e possibilidade de cura.

A interdição da Adagro atingiu não só o policiamento a cavalo, mas o programa social do RPMon, que oferece curso de equoterapia gratuitamente para cerca de 120 crianças com necessidades especiais, contribuindo no desenvolvimento motor e psíquico dos participantes. Esta é a primeira vez que o regimento do Recife foi interditado, embora casos de mormo já tenham sido confirmados nos últimos anos. Em 2011, 13 cavalos do RCMon foram sacrificados. Em 2012, foram três e, no ano passado, mais três casos.  

Segundo o coordenador de Sanidade de Equídeos da Adagro, Marcelo Brasil, a interdiação do local é apenas de caráter preventivo, apesar de não ter ocorrido nos anos anteriores, quando houve casos confirmados da doença. “Coletamos o sangue dos 133 animais e precisamos aguardar os exames para confirmar se algum cavalo está infectado. Também fizemos a avaliação clínica, e nenhum animal apresentou sintomas da doença”, disse Marcelo. Os exames serão realizados no laboratório do Ministério da Agricultura (Lanagro), cuja sede no Recife fica no bairro Dois Irmãos. Serão dois exames, sendo um deles para contraprova. Ainda não há data prevista para a divulgação do resultado, que geralmente dura de 30 a 40 dias. 
Embora o diretor da Agadro negue que algum animal da cavalaria apresente os sintomas do mormo, como febre alta e secreção nasal purulenta, um policial militar lotado no RPMon denunciou ao NE10 que pelo menos cinco animais estão doentes e isolados em uma área de baias. O policial, que preferiu não se identificar com receio de punições, como detenção ou transferência de regimento, disse ainda que os policiais que cuidam dos animais não receberam Equipamento de Proteção Individual (EPI) como luvas, óculos, botas e máscaras. “Cada policial cuida do seu animal diariamente, sendo responsável em dar banho e alimentá-lo. Mas não recebemos o EPI e estamos correndo risco”.

Na última segunda-feira (22), a reportagem do NE10 foi até a sede do regimento para averiguar a denúncia, porém foi impedida de entrar sob a justificativa de não ter solicitado a visita com antecedência. “É só uma questão de protocolo. Não podemos deixar ninguém entrar sem autorização, mas garanto que os cavalos estão saudáveis e que todos os policiais utilizam o EPI. As baias também são desinfetadas diariamente”, garantiu o tenente Glauco, que recebeu a equipe do portal na entrada do regimento.  Após cuidar dos animais, os PMs do RPMon seguem para ações de segurança nas ruas, mas atuando nas modalidades de policiamento a pé e motorizado. 

Em nota enviada ao Portal, a Polícia Militar afirmou que desde o ano de 2010 é feito em Pernambuco o monitoramento desta doença nos animais do regimento. Além da cavalaria do Recife, a PM conta com os regimentos de Garanhuns e Caruaru, que estão funcionando normalmente. Apenas no regimento da capital pernambucana já foram registrados casos de mormo.

Blog: O Povo com a Notícia