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sábado, 25 de abril de 2015

Grupo luta pela preservação da Caatinga no Sertão do Pajeú

A vegetação da Caatinga, em municípios pernambucanos do Sertão do Pajeú, vem sofrendo ações de desmatamento intenso diariamente. Entidades não governamentais se uniram ao bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Egídio Bisol, na região afetada, para combater a extração irregular de madeira no bioma e exigir do governo uma fiscalização permanente.
“Cerca de 15 ONGs se uniram para formar o grupo Fé e Política e atuar na conscientização ecológica da população no município”, explicou Dom Egídio Bisol. O grupo enviou uma carta oficial ao governo do Estado, no último mês, para tentar solucionar o problema do desmatamento na área.
Na semana passada, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), através da Setor de Fiscalização Florestal (UFF), abordou 20 caminhões que transportavam lenha nativa e resgatou 289 animais silvestres criados em cativeiro de forma ilegal. A ação foi realizada em Sertânia, Afogados da Ingazeira, Ingazeira, Flores, Carnaíba, Tuparetama, Quixaba e Arcoverde, no Sertão.

Segundo Bisol, a operação já é resultado da pressão da população do Pajeú para aumentar a fiscalização no lugar. “A grande retirada de madeira é destinada à produção de carvão e cerâmica”, falou. “Lutamos por uma ação constante para preservar o bioma da Caatinga. Uma fiscalização esporádica não é o suficiente”, disse.
Bisol informou que foram contabilizados cerca de 70 caminhões transportando lenha da Caatinga sem fiscalização ou controle das autoridades, semanalmente. “Totalizamos uma média semanal de 140 veículos levando toras clandestinas da vegetação nativa, já que muitos geralmente fazem duas viagens nesse período”, afirmou o bispo.
A pesquisa foi realizada pelo Sindicato de Trabalhadores Rurais de Afogados da Ingazeira. A entidade analisou a situação de quatro municípios no Sertão do Pajeú: São José do Egito, Afogados da Ingazeira, Iguaraci e Tuparetama. No estudo, foi constatada a retirada irregular de vários tipos de árvores nordestinas, a exemplo de braúna, catingueira, juazeiro, angico e umbuzeiro.
“Essa avaliação com certeza está muito aquém da realidade. Sabemos que é uma análise geral. A situação é muito mais grave”, afirmou Egídio Bisol.
A CPRH anunciou que possui um planejamento de fiscalização em todas as regiões do Estado. De acordo com o órgão, as operações são realizadas conforme a programação ou diante de demandas da ouvidoria. As denúncias sobre crimes ambientais podem ser feitas pelo número: (81) 3182-8923. (Foto: Marcos Michael/Acervo JC Imagem)
Blog: O Povo com a Notícia