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domingo, 28 de junho de 2015

Partidos políticos perdem metade dos filiados jovens

Os principais partidos políticos brasileiros estão envelhecendo. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, nos últimos sete anos, incluindo 2015, o número de filiados entre 16 e 24 anos despencou 56% nas cinco maiores legendas: PMDB, PT, PP, PSDB e PDT. Os jovens nessa faixa etária somam hoje 132.292 filiados. Em 2009, eram pouco mais de 300 mil.

O ritmo de perda de filiações entre os mais novos é maior que o verificado na geração imediatamente seguinte, entre 25 e 34 anos. Nessa faixa etária, no mesmo período, houve queda de 9,8% (de 1 milhão para 910,2 mil). O dado comprova que as legendas deixaram de se renovar ao longo desses anos.
A queda do interesse dos jovens em se associar a partidos políticos ocorre em velocidade bem maior do que a redução desse segmento da população no país. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, em 2013, último ano com dados disponíveis, o grupo de brasileiros entre 15 e 24 anos passou a corresponder a 25,24% da população, queda de 0,99% frente a 2009.
O PT sofreu a maior variação negativa. Apesar de ainda ter, entre as cinco siglas pesquisadas, o maior número de jovens em seus quadros, o partido registrou — do fim do governo Lula ao início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff — uma perda de 60% de filiados até 24 anos: de 94.798, em 2009, para 38.002, em 2015. Na última segunda-feira, o envelhecimento do PT foi criticado por Lula, que defendeu uma “revolução interna”, durante seminário realizado em São Paulo:
Outros partidos: O PMDB teve, proporcionalmente, a segunda maior perda de filiados: 59%. O partido do vice-presidente Michel Temer e dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), tinha 72.779 filiados até 24 anos em 2009. Hoje, são 29.680. O PDT apresentou variação negativa de 53%, enquanto o principal partido de oposição, o PSDB, nos últimos anos teve déficit de 51%. O PP, por sua vez, apresentou a menor perda, mas viu encolher pela metade a participação dos mais jovens em suas fileiras.
Em 2014, o número de adolescentes com 16 e 17 anos que optaram por votar caiu 31,4% em relação à disputa de 2010: de 2,39 milhões para 1,638 milhão. Na época, o TSE afirmou que essa diminuição é parcialmente “técnica”, porque a metodologia passou a desconsiderar quem completou 18 anos no dia da eleição e, ao mesmo tempo, a população brasileira envelheceu. Contudo, para o cientista político, a baixa adesão ao processo eleitoral reafirma a descrença na política institucional.
Blog: O Povo com a Notícia