Os efeitos da Operação Lava Jato atingiram os negócios do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fazendo despencar suas palestras remuneradas, de acordo com informações do jornal Folha. Num intervalo de 15 meses, de março de 2014, quando a investigação foi deflagrada, a junho de 2015, Lula foi contratado para apenas seis palestras –uma média de um evento pago a cada 75 dias.
Segundo a publicação, ao longo dos cinco primeiros meses de 2015, Lula foi remunerado por apenas uma palestra, bancada por uma cervejaria de Petrópolis (RJ).
As empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras praticamente desapareceram da carteira de clientes de Lula, que recebe por meio de uma microempresa, a LILS Palestras, Eventos e Publicações.
Ainda de acordo com o jornal, o último evento pago pelas empresas de construção civil –em uma viagem para Angola e Nigéria bancada pela construtora Norberto Odebrecht– ocorreu há mais de um ano, em maio de 2014. Até então, empreiteiros, incluindo Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e Andrade Gutierrez, haviam assumido os custos de 26 palestras e viagens do ex-presidente.
Desde que os primeiros empreiteiros foram presos em decorrência da Lava Jato, em novembro de 2014, até junho passado, Lula não recebeu mais nenhuma palestra nem participou de nenhuma viagem paga por essas empresas. No mesmo período, de cinco palestras realizadas, o ex-presidente não foi remunerado em três ocasiões. Antes da Lava Jato, as empreiteiras bancaram 38,6% das palestras remuneradas do ex-presidente.
A assessoria do Instituto Lula disse que o ex-presidente Lula se dedicou mais, em 2014, "às atividades políticas" por se tratar de um ano eleitoral e, em 2015, ao instituto e "a discutir o Plano Nacional de Educação". O instituto afirmou que o foco do ex-presidente "não é o lucro, diferente de uma empresa privada como o Grupo Folha, que publica a Folha de S.Paulo", mas sim "trabalhar pelo Brasil, sempre dentro da lei".
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