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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Estados do Nordeste puxam estatística de mortes violentas de jovens no país

Em uma década, a taxa de mortes violentas de pessoas de 20 a 24 anos do sexo masculino cresceu 5% no país, puxada por Estados da região Nordeste, mostra a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta segunda-feira (30) pelo IBGE. Em 2014, as causas violentas – sobretudo acidentes de trânsito e assassinatos – tiraram a vida de 179 de cada 100 mil pessoas de 20 a 24 anos no país. Em 2004, essa taxa estava em 170, segundo os dados da pesquisa.

Foram 15.454 mortes violentas de jovens registradas no ano passado. Além dos acidentes de trânsito e assassinatos, essas causas externas incluem casos de afogamento, suicídios e quedas acidentais, por exemplo. Alagoas foi o Estado mais cruel com seus jovens. A proporção de mortes violentas foi de 332 por 100 mil pessoas de 20 a 24 anos, a maior do país. Há uma década, era de 130 por 100 mil pessoas nessa faixa etária. O Rio Grande do Norte foi o segundo mais violento, com 268 mortes por 100 mil, segundo a pesquisa. Em 2004, a taxa era menos da metade da atual, de 113,5 mortes. Na Bahia, cresceu de 98,4 para 242,2 por 100 mil.

No caso de Pernambuco, foram 5.472 óbitos considerados violentos em todas as faixas etárias – sendo 4.752 homens e 699 mulheres. Apenas em relação à Região Metropolitana do Recife (RMR), são 1.871 entre a população masculina e 324 feminina. No Nordeste, o Estado fica atrás apenas da Bahia (9.971) e Ceará (7.099) no total de óbitos violentos.

Para efeito comparativo, em 2013 foram 5.141 óbitos violentos em Pernambuco – 4.446 homens e 690 mulheres. Enquanto os números brutos aumentaram no Estado, a situação ficou relativamente melhor nos outros dois à frente no ranking: na Bahia, foram 9.863; no Ceará, 7.341 óbitos violentos no ano.

Segundo Fernando Albuquerque, pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, o crescimento das mortes ocorre, entre outros fatores, pela maior urbanização da população nesses Estados. “A metropolização no Nordeste, que é mais recente, pode estar contribuindo para isso. São cidades saturadas, com inchaço das periferias. Os acidentes de trânsito são uma fonte importante para o crescimento do número de mortos, além dos assassinatos”, disse Albuquerque.

Houve melhora nas estatísticas de mortes por causas violentas nos Estados de São Paulo (de 223,9 para 122,7 a cada 100 mil homens) e, também, no Rio de Janeiro (de 264,2 para 93,3 a cada 196 mil) em uma década. No Rio de Janeiro, além de iniciativas como a Lei Seca, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) teriam contribuído para a redução do número de mortes violentas entre jovens na região metropolitana e, consequentemente, no Estado do Rio.

“São Paulo era o quarto pior entre as 27 unidades da federação em 2004. Agora, é o quinto com menores números. São iniciativas para reduzir acidentes de trânsito, ainda que permanecem altos, e a própria redução nos números de homicídios”, disse o pesquisador. (Via: Folha PE)

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