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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Enquanto isso... ‘É uma suruba isso aqui’, afirma integrante do Conselho de Ética

Em mais uma sessão em que não se votou o relatório que pede a admissibilidade da denúncia de quebra de decoro contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética produziu mais falas de efeito.

Em uma confusão – das várias durante a reunião dessa terça-feira (23) – sobre quem podia ou não falar, um aliado de Eduardo Cunha surpreendeu com sua afirmação. “Isso aqui é uma fachada de igreja e fundo de cabaré. É uma suruba isso aqui”, diz o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP).

O deputado provocou risos de alguns colegas, mas a indignação do presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), ao interferir em um debate sobre o direito de fala.

Ele referia-se à quantidade de partidos o que resulta em muitas lideranças com possibilidade de tempo de pronunciamento. Apesar do riso de alguns, Araújo não gostou da atitude.

“Estamos no Parlamento. Espero que as palavras usadas aqui sejam condizentes (…) No dicionário político não tem essa palavra”, afirmou o presidente do Conselho, que ainda pediu que expressão fosse retirada do registro da reunião.

A sessão durou cinco horas, mas foi interrompida, conforme manda o regimento, quando Cunha iniciou os trabalhos no plenário da Câmara. O conselho foi surpreendido com mais uma troca de deputados. Eduardo Cunha conta agora com dez dos 21 votos do conselho. O colegiado foi convocado novamente nesta quarta-feira (24), e novamente a reunião do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para analisar o parecer que pede a cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi suspensa, há pouco, em razão do início da ordem do dia no plenário.

Após uma solicitação do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), suspendeu os trabalhos. O regimento interno da Câmara determina que as comissões não podem funcionar quando há a ordem do dia, votações em Plenário. Araújo disse que tentará retomar a reunião após as votações.

Segundo Delgado, o deputado Washington Reis (PMDB-RJ), aliado de Cunha, pediu a leitura da ata da reunião anterior para validar a reunião e depois pedir sua anulação, com o argumento de que a ordem do dia já havia dido iniciada. “Mais uma vez é clara [a manobra]… Como está ocorrendo a ordem do dia, é mais prudente suspender e voltar quando ela for encerrada”, disse ele. “Encerrada a ordem do dia, temos quórum para voltar à nossa reunião”, completou.

Blog: O Povo com a Notícia