Nesse domingo, dia 5 de junho de 2016, a AIDS estará completando 35 anos da
descoberta dos primeiros casos da doença. A divulgação de um estudo sobre
“cinco homens jovens de Nova York e Califórnia, marcou, no dia 5 de junho de
1981, o primeiro reconhecimento de que existia uma nova e rara doença”.
Os primeiros casos
foram diagnosticados com tipos de pneumonia e de câncer de pele
denominado Sarcoma de Kaposi que, até então, só afetavam pessoas com o
sistema imunológico muito debilitado.
A descoberta dos
primeiros casos em homossexuais foi o principal fator que levou ao preconceito
que ainda persiste, provocando atitudes de discriminação até os dias de hoje.
A AIDS provocou
milhões de mortes e várias transformações na área de saúde e na sociedade. Foi
a primeira doença a provocar uma grande mobilização das próprias pessoas
acometidas, que passaram a lutar pelos seus direitos aos exames, aos
tratamentos específicos e, acima de tudo, respeito. A luta não foi só das
pessoas que tinham o HIV. Surgiam pessoas na área da saúde e na sociedade em
geral, que passaram a abraçar a causa.
VITÓRIAS: Entre as vitórias,
podemos destacar a diminuição da taxa de mortalidade relativa à AIDS, o acesso
gratuito aos medicamentos antirretrovirais, a maior facilidade de acesso ao
diagnóstico através da implantação dos testes rápidos na rede pública, a
facilidade de acesso aos preservativos nas unidades básicas de saúde e a
redução da transmissão vertical do HIV (transmissão da mãe para o feto está
diminuindo).
As conquistas obtidas no campo da assistência possibilitaram às pessoas que
vivem com HIV/AIDS estabelecer projetos de vida mais duradouros, na medida em
que a doença passa a ter um caráter mais crônico e menos letal.
DESAFIOS: Uma das dificuldades
ainda é a falta de um processo contínuo de prevenção dirigido aos segmentos
mais vulneráveis como jovens gays, profissionais do sexo, homens que fazem sexo
com homens.
Ainda existem
deficiências na cobertura e a qualidade do pré-natal, o que está contribuindo
para o nascimento de crianças com o HIV. No pré-natal, por exemplo, o
diagnóstico do HIV ainda está sendo feito tardiamente nas maternidades, apesar
do teste rápido está sendo disponível na rede pública.
Novos comportamentos
sexuais da população dificultam a prevenção. Pesquisas mostram que 50% da
população jovem não usa o preservativo nas relações sexuais ocasionais. Ainda
existem movimentos estimulando as práticas de risco, como o barebacking
(movimento que fazem apologia ao não uso do preservativo durante o sexo anal ou
vaginal). Decididamente, existem pessoas que não querem usar o preservativo e
se envolvem em situações de risco afirmando que “sexo arriscado é mais
gostoso”.
A via judicial tem sido utilizada por pacientes para conseguir o acesso a
alguns exames e procedimentos, cuja deficiência de oferta é sentida na rede
pública de saúde.
Os serviços tidos
como sociais (saúde, educação, habitação, assistência social) precisam está
integrados no enfrentamento à epidemia do HIV.
O Ministério da
Saúde repassou, para vários municípios brasileiros, verbas para ações em
relação a AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. Em muitos casos,
os recursos financeiros estão parados nas contas das prefeituras.
PREVENÇÃO COMBINADA: Novas formas de
prevenção estão sendo divulgadas, saindo do foco apenas na camisinha.
Além do uso da camisinha, a prevenção combinada inclui o tratamento
antirretroviral como medida de redução dos riscos, a testagem regular do HIV, a
Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) que é o uso de medicamentos diante de uma
situação de risco, o exame de HIV no pré-natal, medidas de redução de danos
entre pessoas que usam álcool e outras drogas e o tratamento de outras IST –
Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Blog: O Povo com a Notícia
