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sábado, 30 de julho de 2016

Incerteza dos servidores do Estado com a data do salário


Depois de anunciar que não haverá antecipação do 13º salário para os servidores este ano, o governo estadual informou que até dezembro continuará divulgando o calendário de pagamento mês a mês. A estratégia, anunciada em abril, é justificada pelo momento de dificuldade econômica que o Estado atravessa. Na avaliação de governistas, o período de instabilidade financeira não permite que a gestão Paulo Câmara (PSB) antecipe para o funcionalismo público a data dos salários.

Em 2016, os servidores só tiveram acesso, de forma antecipada, à data de pagamento salarial referente aos dias trabalhados nos primeiros quatro meses do ano. No final de maio, em entrevista à Rádio Jornal, o secretário estadual de Administração, Milton Coelho, afirmou que esperava, "com muito otimismo", que a data de pagamento dos salários se mantivesse no quinto dia útil de cada mês.

No entanto, a situação começa a ficar difícil para o Estado. De acordo com informações recentes do governo estadual, aposentados e pensionistas receberão o pagamento no dia 4 agosto e os servidores ativos no dia 5. Os comissionados, porém, só terão o dinheiro depositado em suas contas no dia 12 de agosto.

A falta de previsibilidade em relação ao pagamento salarial tem gerado incômodo entre os servidores. Muitos deles, sem se identificar por medo de represálias, afirmam que há um receio de que a data do depósito dos salários seja alterada de setembro em diante e complique o orçamento doméstico.

Por outro lado, há quem tenha agido para evitar problemas maiores. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Fernando Melo, disse que a categoria se cercou de cuidados. "Na última reunião da mesa de negociação da Educação, cobramos o salário até o quinto dia útil. Em junho, recebemos no sexto dia útil o que seria o salário de maio e já tínhamos discutido que não iríamos aceitar atrasos. Entramos com uma ação, que está tramitando ainda, para que o Estado não deixe de pagar até o quinto dia útil. Pedimos, inclusive, o bloqueio das contas se isso acontecer. Nosso jurídico conseguiu fazer", garantiu.

O Sintepe foi um dos primeiros sindicatos a dar dor de cabeça ao governo Paulo Câmara. Em 2014, os professores da rede estadual decretaram estado de greve em março, quando o socialista tinha apenas três meses à frente de Pernambuco. A categoria promete endurecer novamente caso ache necessário. "Temos uma deliberação de parar as atividades caso haja um novo atraso de salário", enfatizou.

Nos últimos meses, o governador e seus auxiliares vêm pedindo a compreensão dos servidores e ressaltam que a situação em Pernambuco ainda é mais cômoda do que em outros Estados. Os governistas também enfatizam que têm feito a sua parte, reduzindo os gastos com a máquina pública e buscando alternativas para ter novas receitas e garantir uma folga possível no caixa. (Via: PE Notícias)

Blog: O Povo com a Notícia