Com a suspensão das faixas que atendem os mais pobres, o Minha Casa
Minha Vida vai deixar de gerar R$ 70 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em
três anos, até 2018. Desde que a terceira etapa do programa começou, em janeiro
de 2016, a população que mais precisa ficou de fora, de acordo com informações
do Estadão.
Segundo o jornal, as contratações da faixa 1, que beneficia as famílias
que ganham até R$ 1,8 mil, estão suspensas desde 2015 e não foram retomadas. A
faixa 1,5 – que contemplaria famílias que ganham até R$ 2.350 por mês – sequer
chegou a sair do papel.
Ainda de acordo com a publicação, a suspensão de novas contratações e a
paralisia das obras do programa atingem 6,1 milhões de famílias em todo o
Brasil, número estimado para os que precisam de moradia digna. O programa foi
criado, em 2009, justamente para combater o déficit habitacional, mas a
interrupção do programa deve reverter a tendência favorável dos últimos anos.
Além do aspecto social de atendimento da demanda habitacional da
população de baixa renda, a paralisia do programa tem efeito econômico. No caso
do emprego, se o programa seguir sem as duas faixas vão deixar de ser geradas
1,3 milhão de vagas, das quais 660 mil diretamente nas obras e outras 682 mil
ao longo da cadeia, segundo o estudo “Perenidade dos programas habitacionais”,
da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O jornal afirma ainda que em momento de frustração de recursos para o
cumprimento das metas fiscais, a descontinuidade dessas duas faixas também
afetaria a arrecadação em R$ 19 bilhões nos três anos. Se o programa todo
parasse (incluindo as faixas 2 e 3, direcionadas para famílias com renda de até
R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil, respectivamente), o impacto total seria da ordem de R$
145,7 bilhões ao longo do período das obras, estimado em três anos. Esse valor
corresponderia a 2,5% do PIB.
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