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sábado, 1 de abril de 2017

Odebrecht depositou propina para Aécio em Nova York, diz revista

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu propina da Odebrecht em uma conta bancária em Nova York operada por sua irmã, a jornalista Andrea Neves. 

A informação foi publicada nesta sexta (31) pela revista "Veja", que afirmou ter tido acesso ao conteúdo da delação de Benedicto Junior, ex-­pre­sidente da Odebrecht Infraestrutura. A delação foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal. 

BJ, como é conhecido o executivo, afirmou, segundo a revista, que os pagamentos a Aécio foram "contrapartida" ao atendimento de interesses da empreiteira em obras como a da Cidade Administrativa, em Minas, e da usina de Santo Antônio, em Rondônia, onde a Cemig (estatal mineira) integrou um consórcio. 

Andrea Neves, 58, é uma das principais conselheiras de Aécio na política e foi responsável pela área de comunicação de seu governo (2003- 2010) em Minas. 

Como a Folha de S.Paulo revelou no último dia 19, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora, e outros executivos do grupo disseram em acordo de delação premiada que acertaram junto com a Andrade Gutierrez o repasse de R$ 50 milhões a Aécio após vencerem o leilão para a construção da hidrelétrica Santo Antônio, em 2007. 

Em fevereiro, a Folha de S.Paulo também noticiou que BJ contou aos investigadores que se reuniu com Aécio para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa a fim de favorecer grandes empreiteiras. 

OUTRO LADO 

A assessoria de Aécio divulgou nota em que classificou como "falsas e absurdas" as informações publicadas pela revista "Veja". 

"É lamentável que afirmações graves como as apresentadas venham a público sem a devida apuração de sua veracidade", diz a nota. 

"Em nenhuma das obras citadas, usina de Santo Antônio e Cidade Administrativa, houve qualquer tipo de pagamento indevido. O então governador Aécio Neves jamais participou de qualquer negociação das etapas da construção da sede do governo mineiro, nem interferiu na autonomia da Cemig para definição de investimentos da empresa", afirmou. 

À reportagem o advogado Alberto Toron, que defende o senador tucano, afirmou que ligou para o advogado de BJ, Alexandre Wünderlich, e que ele disse que não havia na delação do ex-executivo nenhuma menção a conta nos EUA nem à irmã de Aécio. Procurado, Wünderlich, que está em Miami, não quis se manifestar sobre o caso.

Blog: O Povo com a Notícia