O presidente Michel Temer assinou
nesta sexta-feira (16) o decreto para a intervenção federal na segurança
pública do Estado do Rio de Janeiro e fez um discurso em tom de declaração de
guerra ao crime organizado. O governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, e o
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também participaram
da cerimônia.
“O crime organizado quase tomou conta do Rio de Janeiro. É uma metástase
que se espalha pelo País e ameaça a tranquilidade do nosso povo. Por isso
decretamos neste momento a intervenção federal na área da segurança pública do
Rio”, disse Temer.
Segundo ele, essa medida “extrema” está sendo tomada porque as
circunstâncias a exigem. “O governo dará respostas duras e firmes, e adotará
todas as providências necessárias para enfrentar e derrotar o crime organizado
e as quadrilhas”, completou.
Temer afirmou que não se pode tolerar a morte de inocentes, citando pais,
trabalhadores, policiais, jovens e crianças, além do cenário com bairros
sitiados, escolas sob a mira de fuzis e avenidas transformadas em trincheiras.
“Chega, basta. Não vamos aceitar que matem nosso presente nem que continuem a
assassinar nosso futuro”, acrescentou.
O presidente destacou que a intervenção foi decidida em acordo com o
governador Pezão. Segundo Temer, a polícia e as forças armadas enfrentarão
unidas nas ruas e nas comunidades “aqueles que sequestram do povo as nossas
cidades”. Ele ainda disse contar com o apoio e a vigilância dos “homens e
mulheres de bem”
“Nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos e nem nossas
praças serão salões de festa do crime organizado. Nossas pistas não deverão ser
nunca via de transporte de drogas ou roubo de cargas. A desordem é a pior das
guerras. Começamos uma batalha na qual nosso único caminho pode ser o sucesso”,
declarou.
Previdência: Temer disse que Maia e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE),
darão continuidade à tramitação da reforma da Previdência. “Quando ela estiver
para ser votada – segundo a avaliação do Legislativo -, farei cessar a
intervenção. O trabalho de segurança federal no Rio será mantido sem alteração
durante esse período”, afirmou.
O presidente lembrou que a Constituição autoriza a intervenção para manter
a ordem pública e enfatizou que a medida tem vigência imediata. O decreto será
enviado ainda nesta sexta-feira (16) hoje ao Congresso.
“Nós que já resgatamos o progresso no nosso País e retiramos o Brasil da
maior recessão da história, agora vamos restabelecer a ordem. Sei tratar-se de
uma medida extrema, mas muitas vezes o País está a demandar medidas extremas
para pôr ordem às coisas”, concluiu. (Via: Estadão)
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