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quarta-feira, 25 de abril de 2018

No Interior de Pernambuco, polícia trabalha em imóveis precários

Destacamento da PM em Serinhaém é um dos exemplos do descaso no Interior. Foto: Flávio Japa/Divulgação
Em Carnaubeira da Penha no Sertão, a Celpe cortou até a energia por falta de pagamento da prefeitura

Ao olhar a imagem acima, a impressão é de que se trata de um imóvel abandonado há anos. Talvez até décadas. Mas aí é que você se engana. É neste espaço onde funciona o destacamento da Polícia Militar de Serinhaém, no Litoral Sul de Pernambuco. Dá para acreditar?

A denúncia é do deputado estadual Álvaro Porto (PSD), que visitou delegacias e destacamentos da PM de vários municípios do Interior na semana passada. “Num quadro bem distinto daquele pintado pelo Palácio do Campo das Princesas, que comemora redução mínima de homicídios num estado afundado em recordes de crimes, a precariedade de delegacias e destacamentos da Polícia Militar desfaz toda a maquiagem usada pelo governo”, afirmou, em discurso na Assembleia Legislativa.

De acordo com a Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), quase R$ 6 milhões são gastos anualmente com aluguel de imóveis para as delegacias. Segundo o órgão, com esse valor seria possível construir dez novas delegacias todos os anos.

Durante a visita no Interior do Estado, o deputado Álvaro Porto afirma que esteve em Ipojuca, Serinhaém, Rio Formoso, Tamandaré, Barreiros, São José da Coroa Grande, Água Preta, Jaqueira, Maraial, Canhotinho, Angelim a São João. “Visitamos prédios, conversamos com homens e mulheres que atuam no combate ao crime e vimos que a precariedade que há anos impõe limite ao esforço e à dedicação dos policiais continua a existir”.

Em fevereiro deste ano, o deputado denunciou a precária situação da Delegacia de São José da Coroa Grande. Após a repercussão, a Secretaria de Defesa Social (SDS) anunciou o envio de uma delegacia móvel para ajudar nas investigações dos crimes.

Em comunicado à imprensa, Porto destacou graves denúncias. Algumas delas já destacadas em veículos de comunicação, mas ainda não solucionadas pelo Governo do Estado. Confira abaixo:

1 – Agentes bancando, do próprio bolso, o conserto de aparelho de ar condicionado e trabalhado em condições insalubres, em salas escuras, mofadas, sem circulação de ar;
2 – Agente com tendinite nos dois braços por ter que preparar, sozinho, mais de 200 boletins de ocorrência por mês;

3 – Delegado tirando do salário para adquirir impressora para a delegacia;

4 – PMs tirando da lama, no braço, viaturas velhas e inadequadas ao trabalho na zona rural dos municípios da Mata Sul;

5 – Cidadãos impedidos de prestar queixa por conta de delegacias fechadas ou simplesmente porque são obrigados a se deslocar 60, 80 quilômetros para conseguir imprimir um boletim de ocorrência;

6 – Delegacia com banheiros interditados porque as fossas estão entupidas;

7 – Delegacia submetida há uma reforma que se arrasta há quatro anos;

8 – Viaturas da PM quebradas;

9 – Há cidades onde o efetivo da delegacia é de 9 policiais e a necessidade é de pelo menos 20;

10 – Delegacias e destacamentos dependentes do auxilio das prefeituras. Há prefeitura que paga aluguel, pintura, reforma e até o batente para barrar alagamentos, além das lâmpadas. (Via: Ronda Jc)

Blog: O Povo com a Notícia