A série de concessões que o
governo se dispôs a fazer aos caminhoneiros neste domingo (27) em uma nova
tentativa de que eles encerrem a greve vai custar R$ 10 bilhões aos
contribuintes.
"Estamos investindo R$ 10 bilhões no atendimento dessas
reivindicações porque entendemos que isso se transformou no desejo da sociedade
brasileira, disse o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo).
O valor anunciado por ele é próximo àquele do impacto de uma eventual
isenção de PIS/Cofins e que, na semana passada, o governo dizia não haver
espaço orçamentário para conceder.
Marun disse que as situações tão diferentes porque a isenção de PIS/Cofins
do diesel aprovada por Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi uma decisão "baseada em
um cálculo incorreto", como o próprio presidente da Câmara admitiu
posteriormente. "Em tendo sido apontada corretamente fontes para que fosse
compensada essa redução no valor de impostos, ela poderia ter sido
admitida", disse Marun, apostando que os caminhoneiros retornarão ao
trabalho até o fim desta segunda-feira (28).
A origem dos recursos só deve ser detalhada nesta segunda pelo ministro da
Fazenda, Eduardo Guardia. "Estamos, na verdade, dando um desconto no valor
do diesel equivalente ao somatório da Cide e do PIS/Cofins e vamos criar um
crédito extraordinário, as fontes estão sendo detalhadas, para que possamos,
juntamente com a Petrobras, garantir esse benefício", afirmou Carlos
Marun.
Marun disse que zerar Cide, PIS e Cofins exigiria que o governo os
substituísse por outros tributos, o que considerou "uma situação
praticamente inexequível no momento e com a rapidez desejada". O
PIS/Cofins será utilizado para indenizar a Petrobras pelo desconto que será
obrigada a conceder no preço do diesel.
Em entrevista após pronunciamento do presidente Michel Temer, Marun disse
que a redução de R$ 0,46 no litro do óleo diesel chegará às bombas e que o
Procon já está editando medida para garantir isso. "Não cedemos tanto
neste segundo [acordo]. Praticamente foi uma garantia do que havia sido
acordado na semana passada", disse Marun, minimizando a imagem de
fragilidade do governo diante da pressão a que cedeu para tentar encerrar a
mobilização.
Questionado se as concessões não provocavam uma imagem de fragilidade do
governo e abria espaço para pressões de outras categorias, como os petroleiros,
que anunciaram greve para esta quarta-feira (30), Marun negou.
"Nós cedemos, compreendemos, entendemos um pleito da sociedade e
tenha certeza que não foi por pressão outra que não da sociedade que estamos
atendendo essas reivindicações", afirmou o ministro da Secretaria de
Governo. (Via: Folhapress)
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