Socialite.activate (elemento, 'Widget');

Páginas

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Tite tenta mostrar que não há crise antes de jogo decisivo


Ao entrar na sala de entrevistas coletivas do Spartak Stadium, em Moscou, Tite estava mais solto do que nas aparições anteriores nesta Copa do Mundo. Parecia não absorver a pressão que já traz o simples fato de estar no local que vai dar à seleção brasileira o direito de ficar na Rússia ou a determinação de voltar para casa. As palavras e intervenções na coletiva eram muito bem escolhidas. Uma fala mais mansa, leve, tentando descontrair o ambiente. Tudo planejado pelo técnico, conhecido por ser um domador da oratória nas entrevistas. As informações são do jornal O Globo.

"Eu, estrategicamente, estou encontrando palavras no vocabulário para que haja uma descontração maior, e a situação possa fluir de forma mais tranquila. Eu não estou tranquilo, estou com expectativa", disse Tite. 

A postura de Tite se dá em um período em que há ventos de turbulência em direção à seleção brasileira, tanto pelo desempenho na Copa do Mundo quanto pelo que Neymar tem feito em campo, e até por causa da sequência de lesões no grupo. A postura do treinador não é novidade. O ex-zagueiro uruguaio Lugano, por exemplo, já disse em entrevista que considera Tite um "encantador de serpentes".

Uma leitura possível para o comportamento na coletiva é que o técnico do Brasil salta adiante dos convocados para tentar externar um ambiente de confiança na seleção e passar a imagem de que não há motivo para crise, embora reconheça o peso do jogo contra a Sérvia, na capital russa.

Tite não esperou nem sequer ser o alvo das perguntas para mostrar que havia algo diferente. Bastou Miranda, eleito para ser o capitão da seleção no próximo jogo, dar uma resposta que agradou ao treinador para Tite fazer a primeira intervenção: Viram por que ele é escolhido?

Quando o zagueiro foi perguntado sobre o gol de cabeça que o Brasil levou na estreia, diante da Suíça, Tite entrou no papo mais uma vez, tentando minimizar de forma irreverente a estatística que gera preocupação em relação à bola aérea defensiva brasileira: Gol que é falta não vale.

Tite usou uma oportunidade na coletiva até para fazer "piada" sobre si mesmo, reconhecendo que errou o termo para denominar o coletivo de lobos.

"Eu falei que a matilha precisa do lobo, e o lobo precisa da matilha. Mas o conjunto de lobos não é matilha, é alcateia. Eu só me flagrei na terceira vez" contou, sorrindo.

Como o próprio treinador "entregou" que estava, propositalmente, em um dia no qual queria transparecer descontração, Tite foi indagado diretamente sobre o tema. Foi o gancho para poder exaltar o grupo que forma a seleção e a própria experiência acumulada na carreira de técnico.

"Quando olho para trás e vejo toda a trajetória que nossa seleção fez, o momento que estivemos juntos... Quando começo a lembrar todo o passado, a construção dessa campanha, a necessidade da força de cada um, de equilíbrio emocional, para chegar até aqui. A comissão técnica e o quanto a gente procura se preparar bem me gera expectativa, mas me gera confiança. Essa equipe está calejada o suficiente para jogos importantes. Não é um discurso vão, otimista. Está embasado. Trinta anos de bagagem, de estrada", finalizou o treinador.

Blog: O Povo com a Notícia