No dia 29 de agosto, o IBOPE registrou no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) pesquisa sobre intenção de votos nos candidatos a presidente da República
contratada pela Rede Globo de Televisão e o jornal O Estado de S. Paulo.
Como das vezes anteriores, seriam apresentados aos entrevistados dois
cenários – um com Lula candidato, outro com Fernando Haddad. Ocorre que na
madrugada do último sábado, dia 1º, o TSE negou o pedido de registro da
candidatura de Lula.
Não só. Mandou retirar o nome de Lula da programação da urna eletrônica
de votação, proibiu a Lula a prática de atos de campanha, incluindo a
veiculação de propaganda no rádio e na televisão, e deu ao PT prazo de 10 dias
para que indicasse novo candidato.
Que fez o IBOPE então? Diz que por causa disso só testou na pesquisa o
cenário sem Lula. Quis “se por de acordo com o julgamento e as determinações do
tribunal”. Ontem à tarde, porém, consultou o TSE em busca de aval para divulgar
os resultados.
Até o meio da madrugada de hoje, o tribunal não havia respondido à
consulta. Não sei se responderá. E não sei por que deveria responder. Onde está
escrito que instituto de pesquisa não pode pesquisar o que quiser?
Pesquisa não é ato de campanha. Poderá ser usada por partidos como se ato
fosse, mas não é. Pesquisa de intenção de votos serve para informar ao cidadão
como evoluem as chances dos candidatos capazes ou não de merecer o seu voto.
É uma informação de utilidade pública como outra qualquer. Não está
sujeita à censura prévia porque não estamos em um Estado de exceção. De resto,
se o IBOPE tinha dúvidas, por que não adiou a aplicação da pesquisa como fez o
Datafolha?
Se dúvida havia, e se achava necessário consultar o tribunal a respeito,
por que não testou os dois cenários para só depois decidir o que fazer? Ao fim
e ao cabo, o erro original do IBOPE e dos demais institutos foi o de tratar
Lula como candidato.
Onde um fora da lei, de lei sancionada por ele mesmo, condenado e preso,
poderia ser candidato? (Via: Veja - Blog do Noblat)
Blog: O Povo com a Notícia