Com Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)
liderando pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno da eleição
presidencial, adversários dos dois candidatos fizeram, na madrugada desta
sexta-feira, 21, um apelo para que o eleitor não escolha “extremos” na eleição.
Os presidenciáveis participaram de um debate organizado por emissoras de
inspiração católica em Aparecida (SP).
Em suas considerações finais,
Geraldo Alckmin (PSDB) chamou o eleitor para fazer uma “conciliação” nacional
contra as candidaturas de Bolsonaro e Haddad. “De um lado, o PT querendo voltar
depois de ter levado o País à maior recessão econômica das últimas décadas, de
outro lado os que têm medo da volta do PT estão indo para uma aventura de autoritarismo
e intolerância”, disse o tucano.
Apostando na mesma tese, Ciro
Gomes (PDT) disse que a radicalização está “infernizando” o País. “Esse
extremismo, essa radicalização que nós vimos acontecer em alguns momentos mais
ásperos desse debate, estão infernizando o Brasil desde 2014”, disse o
pedetista, afirmando que deseja ser aquele que reunirá os brasileiros de todas
as crenças.
A candidata Marina Silva (Rede)
afirmou que o País está “entre a cruz e a espada” ao ter de escolher entre uma
candidatura com saudade da ditadura militar e aqueles “incapazes de fazer uma
autocrítica”, fazendo uma referência indireta ao PSL e ao PT. “Agora é hora de
ficarem quatro anos no banco de reserva”, emendou, citando PT, MDB e PSDB.
Alvaro Dias (Podemos) criticou a
extrema direita e a extrema esquerda. O candidato afirmou que o confronto entre
os dois campos levou o Brasil à intolerância e à ausência de solução para
problemas graves. “Não é alimentando os extremos que superaremos as
dificuldades”, falou.
Henrique Meirelles (MDB) também
disse que a eleição está passando por um momento de polarização entre extremos.
“Um extremo, governando o Brasil, vai trazer de volta a recessão, aumentar o
desemprego e criar mais crise”, afirmou, acrescentando que é preciso eleger um
candidato do centro democrático.
O candidato do PSOL, Guilherme
Boulos, pediu que o eleitor vote no primeiro turno da disputa em quem acredita.
“Algumas pessoas estão pensando em votar com ódio ou com medo, primeiro turno é
momento de se votar no projeto que acredita”, declarou, dizendo que seu projeto
é “contra o sistema” e em defesa do direito das mulheres e do trabalhador.
Ao encerrar sua primeira
participação em um debate de TV nesta eleição, Fernando Haddad usou o tempo das
considerações finais para citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
lembrar que ficou por seis anos nos governos do petista. “Deus deu o talento
para todos, cabe ao Estado garantir oportunidade para que esse talento se
revele”, declarou Haddad, dizendo ainda que o povo voltara a “comer” se ele for
eleito.
Temas polêmicos. Antes
das considerações finais, Alckmin e Meirelles foram questionados por bispos
sobre temas polêmicos. O tucano foi provocado para se posicionar sobre o teto
de gastos do governo Michel Temer e citou que saúde e educação não são afetadas
pela regra da medida. São Paulo, Estado que governou por quase 14 anos, nunca
teve déficit primário, alegou o candidato. “Não precisou de nenhuma PEC. É
inegável que a situação em que o PT deixou as contas públicas é gravíssima”,
declarou.
Ao ser perguntado sobre seu
posicionamento sobre aborto, Henrique Meirelles se disse favorável à vida e
também ao direito de a mulher fazer uma opção pelo aborto em “situações que se
justifique”. “A legislação atual já estabelece uma série de condições que
permitem com que se possa definir com clareza porque é uma definição da
sociedade.” (Via: Estadão)
Blog: O Povo com a Notícia