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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Fundaj usa novas imagens de satélite e acompanha avanço da contaminação em direção ao São Francisco

Fotos:


A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (CIEG), segue monitorando o avanço do derramamento de rejeitos ocorrido no dia 25 de janeiro de 2019 no município de Brumadinho (MG).

O receio é o deslocamento em direção à Bacia Hidrográfico do Rio São Francisco (BHSF) e possíveis desdobramentos socioambientais.

Agora utilizando imagens do satélite sino-brasileiro CBERS 2B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (o INPE, em São José dos Campos, SP), o Cieg comparou a imagem do satélite francês Sentinela 2 de domingo (27/01/2019) com imagem do satélite sino-brasileiro CBERS 2 de ontem, terça-feira, 29/01/2019.

Segundo a Fundaj, as imagens do satélite brasileiro são mais nítidas por não apresentarem nuvens – o que facilita a extração de informações.

A Figura 1 trás todo o percurso do derramamento de rejeitos após o rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, no município de Brumadinho (MG). A parte na cor laranja é a área atingida e registrada pelo satélite francês até domingo, e, na cor vermelha, a nova área do deslocamento do fluxo de derramamento entre domingo 27 e terça-feira 29 de janeiro. A área até domingo era de aproximadamente 3,5 km² e o avanço em direção à margem direita do rio Paraopeba tem área calculada pelo CIEG, com base nas imagens do satélite brasileiro, é de, aproximadamente, 40.000 m².

“Antes de atingir o rio Paraopeba, devido ao relevo acidentado da região, o fluxo se dividiu em dois canais, ambos atingindo o rio, como mostra o detalhe da Figura 2. Podemos observar a contaminação do rio Paraopeba a partir deste ponto, onde a cor da água do rio, antes escura (o que significa que são águas limpas e profundas), agora se mostra mais clara, devido aos elementos em suspensão presentes na água após a chegada deste material contaminante. Este fluxo segue por todo o perímetro urbano da cidade de Brumadinho, em direção ao leito do rio principal dessa bacia hidrográfica: o rio São Francisco. Isso evidencia a possibilidade real desse fluxo contaminado atingir a margem mais próxima da Represa de Três Marias”, explica a entidade.

A Fundaj promete seguir acompanhando o fluxo de rejeitos contaminados em direção ao rio São Francisco e seus impactos socioambientais, publicando novas informações de Sensoriamento Remoto tão logo sejam processadas pelo Cieg.

Blog: O Povo com a Notícia