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domingo, 27 de janeiro de 2019

Justiça de Minas bloqueia mais R$ 5 bilhões da Vale após rompimento de barragem


A Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de mais R$ 5 bilhões da mineradora Vale, após a tragédia causada pelo rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, na cidade de Brumadinho.

Segundo informou o Ministério Público mineiro, a decisão foi tomada para garantir a reparação dos danos às pessoas atingidas pelo desastre ambiental. A liminar foi dada no âmbito de uma Ação Cautelar Antecedente proposta pelo órgão. 

Além da indisponibilidade de bens, a decisão determina:

- Que esse valor seja usado exclusivamente na reparação dos danos causados às pessoas atingidas pelo rompimento das barragens nos limites territoriais do município de Brumadinho;

- Que a Vale se responsabilize pelo acolhimento, abrigamento em hotéis, pousadas, imóveis locados, arcando com os custos relativos ao traslado, transporte de bens móveis, pessoas e animais, além de total custeio da alimentação, fornecimento de água potável, observando-se a dignidade  e  adequação  dos  locais às características de cada família, sempre em condições  equivalentes às anteriores  ao  desastre, para todas as pessoas que tiveram comprometidas suas condições de moradia em decorrência do rompimento das barragens  pelo tempo que se fizer necessário;

- Para o atendimento ao item anterior, que sejam ouvidas as pessoas atingidas acerca da opção quanto ao local e forma de abrigamento (hotel, pousada, imóvel locado);

- Que a mineradora assegure à coletividade dos moradores atingidos integral assistência, devendo, para tanto, disponibilizar equipe multidisciplinar composta por, no mínimo, assistente social, psicólogo, médico, arquiteto, e em quantidade suficiente, para o atendimento das demandas apresentadas pelas pessoas atingidas;

- Que a empresa disponibilize, de imediato, estrutura adequada para acolhimento dos familiares de vítimas que se encontram desaparecidas e daquelas já com confirmação de óbito, fornecendo informações atualizadas a cada família envolvida, alimentação, apoio da equipe multidisciplinar acima mencionada, transporte, gastos com sepultamento e todo o apoio logístico e financeiro solicitado pelas famílias;

- Que sejam divulgados boletins informativos acerca das pessoas desaparecidas, atualizados a cada seis horas;

- Que, semanalmente, a empresa forneça ao Juízo a relação das famílias retiradas de suas moradias, locais em que se encontram abrigadas, além de relatório circunstanciado de todas as ações de apoio aos atingidos.

Na decisão, a juíza Perla Saliba Brito afirma que, apesar de ainda não ser possível medir os impactos causados às vítimas, é plausível atender aos pedidos do MP-MG para que sejam garantidos seus direitos e os valores para reparação dos danos, “evitando-se risco de futura morosidade ou inadimplemento das obrigações reparatórias”.

A 1ª Promotoria de Justiça de Brumadinho abriu inquérito para fazer um levantamento sobre as vítimas da tragédia e de ações para garantir seus direitos. 

A Justiça mineira já havia bloqueado, na sexta (25) e no sábado (26), os valores de R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões, respectivamente, em bens da empresa. Com a nova decisão, já chega a R$ 11 bilhões o valor total de recursos indisponíveis da mineradora. 

Blog: O Povo com a Notícia